Apesar do seu crescimento astronômico nos últimos anos, os ransomware não são uma unanimidade entre os cibercriminosos.
Pesquisadores das empresas de segurança Anomali e Flashpoint investigaram o submundo hacker do Leste Europeu e descobriram que muitos membros da comunidade estão preocupados com esse tipo de malware.
“Nós estamos cavando nossa própria cova”, afirmou um dos usuários de alto nível de um dos fóruns pesquisados. Na concepção de uma facção dos criminosos, a negociação ou a disseminação de informações sobre a criação de ransomwares deveria ser banida do portal. De acordo com os pesquisadores, 48.5% da comunidade de usuários apoia a ideia de se desvincular dessa modalidade de crime cibernético para evitar problemas futuros.
Para outros cibercriminosos, a disseminação dos ransomwares prejudica os negócios como um todo: “atrai atenção para malwares e provoca que empresas introduzam medidas para ampliar sua segurança. Isso gera um nível de alerta mais elevado sobre tópicos relacionados a segurança de informação”, reclama um dos hackers.
Outra faceta que causa uma cisão no submundo é o aspecto ético de alguns ataques de ransomware, principalmente em hospitais: “do fundo do meu coração, eu sinceramente espero que as mães de todos os distribuidores de ransomware terminem em um hospital, e que o computador responsável pela máquina de ressuscitação esteja infectado com isso”, publicou um respeitado membro de uma comunidade hacker russa.
Dada a facilidade com que esse tipo de ataque é executado, a elite hacker também torce o nariz: “é um negócio que é construído não em cima de inteligência e destreza mental, mas em força bruta e sorte”, reclama um hacker.
Para muitos, entretanto, o uso desse tipo de ataque de sequestro de dados segue sendo uma alternativa comercialmente de baixo custo e eficaz para gerar lucro, apesar da má reputação que está causando. Um dos cibercriminosos defensores dos ransomwares responde às reclamações com um excelente resumo, que é uma sentença para muitas vítimas no futuro: “funciona”.
