Categorias

12 maneiras criativas com que os desenvolvedores de jogos combateram a pirataria

A pirataria de jogos (assim como de outros produtos digitais) não é um problema novo e, apesar dos avanços da tecnologia de proteção contra cópia, ainda tem pelo menos uns dois anos pela frente, talvez mais.

Se a perda de faturamento para a pirataria é inevitável, o que os desenvolvedores de jogos podem fazer para minimizar seu sofrimento? Dar boas risadas da cara de quem tenta usufruir de seu trabalho sem pagar um tostão!

Trazemos aqui 12 formas criativas, para não dizer hilárias, com que os desenvolvedores escolheram trollar os piratas dentro de seus jogos sem dó nem pena:

1) Zac McKracken and the Alien Mindbenders (1988)

Zac McKraken and the Alien Mindbenders

Muito antes do Steam, Origin, uPlay, SecureROM, Tages ou qualquer outro sistema de gerenciamento de cópia digital, os criadores de jogos tentaram frear a pirataria distribuindo códigos de ativação embutidos no manual dos jogos. De tempos em tempos, o jogo exigia que o jogador digitasse uma palavra-chave ou número de série tirados de dentro do manual físico e, se o pirata tivesse copiado apenas o disco, não conseguiria avançar.

Obviamente, não deu certo por muito tempo. Pirataria de papel era algo que já existia bem antes dos jogos e podia ser feita com qualquer mimeógrafo ou máquina de xerox.

Mas isso não impediu a LucasArts de se divertir às custas dos copiadores com esse jogo de 1998. Se o usuário errasse o código de proteção no meio do jogo, seu personagem era levado para a “cadeia dos piratas” e o jogador precisava passar por uma bronca de dois minutos do guarda sobre a questão da pirataria antes de prosseguir com sua aventura…

Nível de crueldade: 5/10

2) Earthbound (1994)

earthbound

Esse clássico do Super Nintendo foi muito amado por jogadores em sua época. E muito odiado por piratas também. Isso porque seus desenvolvedores colocaram não uma, mas cinco camadas de proteção anti-cópia no jogo, três delas meramente técnicas, que impediam o cartucho de rodar, mas duas delas especialmente cruéis para quem tentasse se aventurar com uma cópia não-autorizada…

A terceira camada de proteção aumentava a quantidade e a frequência de inimigos aleatórios que apareciam durante o desenrolar da trama. Para quem não conhecesse Earthbound, pareceria apenas que o jogo era extremamente difícil, não que ele estivesse sabotado.

Mas a quinta e última camada de proteção era a cereja do bolo. Se o pirata, apesar da dificuldade maciça, conseguisse mesmo assim atingir a batalha final, os desenvolvedores guardaram uma surpresinha: o jogo trava sozinho, apaga todos os save games e então reseta, para desespero de quem gastou horas e horas para chegar até ali.

Nível de crueldade: 11/10

3) Command & Conquer: Red Alert 2 (2000)

command-and-conquer-2

A proteção de segurança adotada nesse clássico de estratégia é uma bomba. Literalmente. O jogo começa normalmente para o jogador de uma cópia pirata. Ele monta sua base, constrói algumas unidades e… em menos de um minuto depois, tudo explode e seus soldados morrem, deixando apenas uma cratera fumegante onde antes havia uma pretensão de se jogar uma partidinha inocente.

Lamentavelmente, a medida extrema de proteção já foi disparada por acidente contra usuários legítimos, principalmente em instalações em sistemas mais modernos. A solução para esses casos? Utilizar o mesmo truque que os crackers usavam para burlar a vingança nuclear dos desenvolvedores há 16 anos atrás…

Nível de crueldade: 10/10

4) Crysis Warhead (2008)

crysis-chicken

Durante anos, os desenvolvedores esqueceram esses truques maliciosos e confiaram em recursos de proteção mais sérios. Não deu certo, então, o pessoal da Crytek resolveu adotar as velhas táticas. E, por velhas táticas, estamos falando de galinhas. E, por galinhas, estamos falando de galinhas imprestáveis no lugar das balas.

Quem tivesse uma versão pirateada do jogo era brindado com um efeito surpresa em seu armamento: ao invés de balas, as armas disparam galinhas. Enquanto os desenvolvedores riem alto em seus escritórios, o jogador frustrado tenta matar seus oponentes e avançar na trama disparando galinhas em cima deles…

https://youtu.be/cf-zTY7yyuo

Nível de crueldade: 8/10

5) Arma 2 (2009)

arma-2

A Bohemia Interactive utiliza um sistema de proteção chamado DEGRADE, que, como o próprio nome diz, degrada a experiência do usuário aos poucos em quem joga uma cópia pirata. No simulador militar Arma 2, isso significava armas imprecisas que tornavam o ato de acertar um alvo ainda mais difícil do que normalmente é, veículos que param nos momentos mais impróprios e até distorções psicodélicas nos gráficos durante as missões.

Se nada disso convencer o jogador que teria sido melhor pagar pelo jogo, o sistema então transforma seu soldado em um pássaro (!), que sai de cena, enquanto o comandante declara: “Bons pássaros não voam para longe nesse jogo, eu tenho apenas a mim mesmo para culpar”. Poético. E hilário. Infelizmente, há relatos da transformação em pássaro afetando também jogadores legítimos, então, bola fora da desenvolvedora.

Nível de crueldade: 9/10

6) Batman: Arkham Asylum (2009)

batman-arkham-asylum

Se tem uma coisa que o Batman não tolera, é gente que viola as leis e isso transparece em seu triunfante retorno aos jogos eletrônicos: o Cavaleiro das Trevas simplesmente para de planar com sua capa nas versões piratas do jogo.

As primeiras reclamações sobre o “bug” pipocaram na internet, sobre como o herói de Gotham saltava para o ar, batia os braços como um dodô e caía no chão sem nenhum estilo ao invés de planar sobre seus inimigos. Sem essa habilidade, era impossível avançar na trama. Foi então que os desenvolvedores se manifestaram: o tal “bug” só aparecia nas cópias pirateadas de Arkham Asylum.

Nível de crueldade: 8/10

7) Alan Wake (2010)

alan-wake-pirate

A desenvolvedora Remedy optou por não punir os jogadores que pirateassem Alan Wake. Mas escolheu lembrá-los constantemente do que fizeram, ao colocar um tapa-olho com uma caveira e ossos cruzados no rosto do personagem principal durante toda a aventura. Não se sabe se a medida surtiu o efeito desejado ou se alguns jogadores na verdade acreditaram que o escritor atormentado da história ficou melhor desse jeito.

Nível de crueldade: 1/10

8) Dark Souls (2011)

dark-souls

Em termos de crueldade, poucos jogos são mais punitivos do que aqueles da franquia Dark Souls. E antes do lançamento do primeiro, os desenvolvedores da From Software pegaram pesado com quem estivesse jogando uma cópia do jogo antes do lançamento.

Pela lógica, se o jogo nem está nas lojas, é porque você conseguiu uma versão “vazada”, certo? Logo, os desenvolvedores estavam usando a mecânica de invasão da série para entrarem no jogo desses prováveis piratas com um Black Phantom de nível 99 com todas as perícias maximizadas. O resultado era um massacre inevitável das pobres vítimas.

Infelizmente, o tiro saiu pela culatra porque o truque foi notado pela equipe da revista Edge… que tinha recebido uma cópia do jogo legítima para avaliação antes do lançamento. O Black Phantom entrou assim mesmo e trucidou o personagem do jornalista.

Nível de crueldade: 10/10

9) Serious Sam 3 (2011)

serious-sam-3

Sobre inimigos invencíveis, a desenvolvedora croata Croteam utilizou um truque bastante similar para pegar de jeito os piratas de Serious Sam 3. Quem estivesse jogando uma cópia ilegal do título era perseguido por todos os cenários por um escorpião alienígena indestrutível, incrivelmente rápido e brutal.

Nível de crueldade: 8/10

10) Game Dev Tycoon (2012)

game-dev-tycoon

O que você faz quando descobre que três quartos das cópias circulando de seu jogo são ilegais? Senta e chora? No caso da pequena e independente Greenheart Games, com apenas dois funcionários, a saída encontrada foi distribuir pessoalmente uma versão torrent do seu jogo. Uma versão… customizada.

Nessa versão “cavalo-de-troia” do simulador de uma desenvolvedora de jogos, a arte imita a vida, e todo lançamento produzido pelo jogador estará fadado ao fracasso devido à ação dos piratas. Ou seja, o jogador pirateiro irá sofrer na própria pele o que o pessoal da Greenheart Games sofreu. Sem conseguir angariar recursos, a desenvolvedora do jogador dentro do Game Dev Tycoon é obrigada a fechar as portas em todas as partidas disputadas.

Felizmente, a vida não imitou a arte nesse final e a pequena desenvolvedora vai bem, obrigado.

Nível de crueldade: 9/10

11) The Sims 4 (2014)

the-sims-4

A franquia The Sims tomou de assalto a indústria de jogos anos atrás e tudo que faz sucesso atrai a atenção dos piratas. O que não faz também, para ser sincero. Mas, a solução encontrada pelos desenvolvedores para The Sims 4 foi inserir um mecanismo que borrava os gráficos do jogo para quem tentasse rodar uma versão ilegal.

O resultado é um visual pra lá de retrô que deve ter feito muito gente se questionar se aquilo era uma opção estética para o novo jogo ou se estava na hora de trocar os óculos.

Nível de crueldade: 5/10

12) Quantum Break (2016)

quantum-break-pirate

Com tantas ideias criativas vistas aqui nessa lista, a Remedy Games resolveu repetir o mesmo truque que usou anos antes com Alan Wake. Os usuários que jogassem uma versão pirata de Quantum Break seriam surpreendidos (ou quase) por um tapa-olho de corsário alterando o visual do protagonista.

E é só isso. Considerando que Quantum Break exige o streaming em tempo real dos episódios filmados que entremeiam a jogabilidade, a desenvolvedora estava com a faca e o queijo na mão para entregar o conteúdo errado para aqueles que puxam sua banda, mas não pagam. Mas, dado o tempo mínimo que levou entre o anúncio da versão para PC e seu lançamento, acredito que isso foi o que deu para fazer assim na correria.

Afinal, deu tão certo com Alan Wake, não é?

Mod? Claro…

Nível de crueldade: 1/10