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Dez clones de Pokémon Go que gostaríamos de ver!

A Nintendo fez de novo: imprimiu dinheiro! Pokémon Go já foi lançado em mais de 30 países arrastando multidões por onde passa e está prestes a se lançado em dezenas de outros em um piscar de olhos: é possível que a cada frase que eu escreva aqui o jogo seja liberado em mais um país. Ou caiam mais alguns milhares de dólares na conta dos executivos da empresa japonesa.

O mérito é da desenvolvedora Niantic, que já havia criado um jogo móvel similar integrado com o mundo real, o bem menos popular Ingress. Se esse foi um sucesso de nicho com poucos, mas apaixonados usuários, Pokémon Go é água no deserto, é mate geladinho na praia, é churrasco na mesa do gaúcho e praticamente uma nova necessidade fundamental do ser humano. O Google financiou, a Niantic criou, a Nintendo liberou os personagens e agora o mundo é um lugar bem diferente.

Pokémon Go conseguiu vender em duas semanas um peixe que a Microsoft, a Valve, a Oculus e outras estão tentando há anos: a Realidade Aumentada. E, tecnicamente falando, nem Realidade Aumentada aquilo é, mas está nas manchetes dos jornais, está na TV, o povo vai ler e o nome vai ficar: Realidade Aumentada é isso aí, eu quero e quero para ontem.

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“Filho, corre pra ver: é aquele negócio que você gostava quando era criança!”

Mas, por que parar com Pokémons? As porteiras foram escancaradas, a imaginação não é mais o limite e essa é a oportunidade para empresas e marcas consolidadas embarcarem na onda e algumas startups tentarem capitalizar com suas próprias febres. Pensamos aqui em dez clones que podem aparecer no futuro próximo, basta ter vontade, visão e, em alguns casos, bons advogados.

Clash of Clans Go

Nesse exato momento, um grupo de executivos está reunido há mais de uma semana na sede da Supercell tentando entender o que que está acontecendo. Em um dia, Clash of Clans é o jogo móvel mais baixado em todas as lojas. No dia seguinte, Clash of Clans é poeira, é passado, é modinha que veio e acabou. Não pode ficar assim. Haverá consequências.

Essa reunião não vai terminar sem alguém preparar uma solução pronta para um Clash of Clans de Realidade Aumentada. Vilas serão construídas no mundo real, bairros enfrentarão bairros, estados enfrentarão estados, nações enfrentarão nações de jogadores. Se isso tudo não terminar na III Guerra Mundial, a iniciativa com certeza colocará muito dinheiro nos cofres da empresa. Mas, se tudo acabar em cinzas nucleares, nunca mais outro aplicativo tirará a Supercell do topo do ranking. É impossível perder.

Marvel (ou DC) Go

Mais antigos que os Pokémons, mais numerosos que os Pokémons, mais famosos nos cinemas que os Pokémon são os super-heróis da Marvel (ou da DC). Nas mãos de um gigante da mídia como a Disney (ou a Warner), a iniciativa é só uma questão de tempo para acontecer: colecionar personagens dos quadrinhos no mundo real, disputar bases, esconderijos e locações em batalhas colossais, desbloquear uniformes alternativos, casar o jogo com o lançamento de filmes, é o sonho de qualquer executivo da Marvel (ou da DC).

Tem tudo para desbancar o rival da Nintendo: afinal, por que perder tempo capturando um Pokémon obscuro que só apareceu em um episódio do desenho animado, quinze anos atrás, se você pode capturar um vilão que só apareceu em uma revista em quadrinhos, trinta anos atrás?

Creepy Go

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“Vai lá. Não baixou o aplicativo? Agora captura o treco!”

Para quem tem coração forte e nervos de aço, esse aplicativo seria um teste supremo, ao inserir entidades sobrenaturais no mundo real utilizando o poder da Realidade Aumentada. A grande vantagem para quem for desenvolver esse clone do Pokémon Go é que não precisaria gastar um centavo com direitos autorais, bastando algumas fotos muito, muito borradas de pessoas reais com um efeito maroto de transparência e pronto: fantasma criado!

Um programador realmente malvado poderia randomizar as aparições de forma que dois jogadores no mesmo lugar não consigam captar a mesma aparição…

– Tem um espectro tenebroso aqui, vou capturar…

– Cara, meu celular não está mostrando nada!

– Como assim? O meu está! Olha aq… sumiu?!

– CORRE!

Enquanto isso, o aplicativo filma a reação do usuário e posta no YouTube…

Hitman Go (Mas Não Aquele)

A Ubisoft já tem o nome registrado, então a desenvolvedora de jogos tem dois caminhos: meter um processo na Nintendo ou usar a marca para criar sua própria versão do jogo de Realidade Aumentada. Considerando que Hitman, ou Agente 47, é um assassino geneticamente projetado para ser o ápice da eficiência na arte de matar, não seria um jogo de colecionar personagens coloridos espalhados pelo mundo.

Seria um jogo de colecionar alvos… Possíveis vítimas de contratos do Hitman apareceriam no mundo real através do aplicativo e você precisaria… tirá-los de cena, se é que você me entende. Se você realmente entendeu do que estamos falando aqui, boa sorte em explicar isso para a polícia quando você for pego jogando na vizinhança às três da madrugada.

Magic the Gathering Go

A ideia seria combinar dois vícios em um só: cartas colecionáveis e Realidade Aumentada. Sua missão seria andar pelo mundo desafiando jogadores reais ou imaginários e conquistando novas cartas virtuais para o seu baralho. Não é muito diferente das convenções dos anos 90/00, se você parar para pensar.

A grande vantagem para a Wizards of the Coast, dona da marca, seria a venda de pacotes de cartas para quem não tem muita paciência para bater perna. Essas cartas também poderiam ser utilizadas em combates online sem que o jogador precisasse se locomover e… como assim, esse jogo já existe?

Empre Go

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“Acessório disponibilizado separadamente”

Não está fácil para ninguém e precisamos ter em mente segmentos de mercado não atendidos pelas opções anteriores. Nesse caso, aquelas pessoas que não tem dinheiro, não trabalham, não estudam, mas querem entrar nessa onda aí da Realidade Aumentada. Tipo aquele seu cunhado largado no sofá da sala segurando sua última cerveja.

Para esse segmento teríamos um aplicativo capaz de mostrar no mapa do mundo real onde tem uma oportunidade de trabalho, um lote pra carpir, um cimento pra virar ou mesmo uma louça suja esperando um “jogador” afoito. Nesse momento, o smartphone envia uma notificação com a localização exata do emprego e o usuário pode ir lá tentar capturá-lo com aquela carteira de trabalho limpinha, plastificada, com cheiro de que nunca foi carimbada.

Bug Go

O aplicativo que faltava na vida de qualquer desenvolvedor de programas! Para quem não tem tempo de levantar da cadeira nem para capturar um café, quem dirá ver a luz do Sol, mas ainda assim quer participar da brincadeira da Realidade Aumentada, nós teríamos o Bug Go!

Usando diferentes sensores, o aplicativo é capaz de identificar que o usuário está criando um sistema há horas pela sua posição estática no GPS, pelo barulho do teclado e pelos seus resmungos mal-humorados. Nesse momento, o aplicativo conectado a um cliente no PC faz aparecer um bug no código! O desenvolvedor terá que “caminhar” por centenas de linhas de programação até encontrar o bug imaginário e consertá-lo. É diversão garantida! E depois abre um pop-up de propaganda, porque precisamos de um modelo de negócios para isso funcionar…

[insira uma religião] Go

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“E por que não ambos e vice-versa?”, pergunta o nosso departamento de marketing, sempre antenado

Já tem não uma, nem duas, mas algumas religiões por aí reclamando de Pokémon Go e como ele desvirtua os fiéis da congregação. Para resolver esses problemas e conquistar um novo mercado, sugerimos o [insira uma religião] Go, um conjunto de aplicativos onde o usuário poderá procurar com nossa patenteada Realidade Abençoada™ por alguma coisa para capturar: seja o Espírito Santo, no caso do segmento evangélico; ou os milhares de santos católicos; ou entidades de umbanda; ou versos do Corão, porque é melhor não arriscar uma versão 3D do profeta Maomé.

Os Ateus também poderiam ser cobertos pelo aplicativo: os usuários sairiam pelo mundo real procurando… nada. Sem servidores, sem geolocalização, sem custos! O jogador abre o aplicativo e não tem nada na tela além do mundo real! Não tem batalhas, não tem ginásios, não tem customização.

Só propagandas (por causa do modelo de negócios… e tal).

Pokémon Go Go

Se sua empresa tem advogados realmente poderosos, você pode se arriscar a criar o Pokémon Go… Go: um aplicativo que mostra no mundo real onde estão jogadores de Pokémon Go para você capturar e colecionar! O nerd engravatado com um smartphone de última geração! O guri de nariz escorrendo que puxa a saia da mãe porque tem um Eevee no meio da avenida! A garota de cabelos coloridos que tem uma tatuagem do Pikachu na nuca! O cara que nunca ouviu falar de Pokémon na vida, mas viu no Fantástico! O policial com spray de pimenta vindo na sua direç… não, esse aí não!

Com sorte, muita conversa ou dinheiro envolvido, o jogador poderá até mesmo colocar algumas dessas criaturas para lutar e se tornar o Mestre dos Mestres Pokémon! Ou pelo menos até a sua empresa lançar o Pokémon Go Go Go que lista jogadores de Pokémon Go Go nas proximidades e…

Tudo Junto Go

Percebe-se que os clones de Pokémon Go virão de qualquer jeito, mesmo que não sejam essas sugestões daqui. Com isso, a nossa humilde, cansada e milenar realidade vai ficar saturada de objetos, artefatos, criaturas, monstros e abominações que você muitas vezes nem desconfia! Você nunca mais tomará um banho com tranquilidade, sem saber se está dividindo o chuveiro com o Homem-Aranha, um guerreiro bárbaro, um YouTuber ou essa coisa aí embaixo:

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“Não se incomode. Continue seu banho. Eu prometo não olhar”.

Para resolver esse dilema da Realidade Aumentada, o aplicativo Tudo Junto Go vai se conectar com as APIs de todos os outros serviços e exibir na tela tudo ao mesmo tempo. Suas selfies serão bem diferentes nesse futuro próximo.

Seus banhos também….