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Alfabetos não latinos já podem ser utilizados em endereços

ICANN anuncia caracteres não latinos nos endereços
O chinês, o árabe ou o híndi podem ser usados, desde a segunda-feira, em endereços de sites na internet o que beneficiará milhões de usuários que não utilizam os caracteres latinos.

A Corporação para Atribuição de Nomes e Números na Internet (ICANN, na sigla em inglês) anunciou hoje no Egito a internacionalização do uso destes caracteres nos domínios de internet e começou a receber pedidos de diversos países.

“Até o momento houve seis pedidos em três línguas diferentes”, anunciou o presidente da ICANN, Rod Beckstrom, que participa do Fórum de Governança da Internet das Nações Unidas.

Das solicitações, Beckstrom só divulgou duas: as de Egito e Rússia.

“É um dos avanços mais significativos de internet em décadas”, já que “cerca da metade dos usuários de internet não utilizam o alfabeto latino”, assegurou Beckstrom na entrevista coletiva, divulgada por webcast da cidade egípcia de Sharm el-Sheikh.

A ICANN aceitará os pedidos de representantes de países e de territórios de todo o mundo para os novos domínios de internet que representem o nome de seu país e que sejam feitas em caracteres não latinos.

Uma vez avaliados e aprovados os pedidos, a previsão é de que estes domínios cheguem à rede na maioria dos países durante o ano que vem.

Isto abre a porta para idiomas como o chinês, o árabe, o híndi, o cirílico, entre outros, nos quais a partir de meados de 2010 será possível escrever na barra de endereços dos navegadores.

Segundo o presidente da ICANN a segunda-feira foi um “dia histórico” que ajudará a alcançar a ideia de “um mundo, uma internet, com todo mundo conectado”.

O Egito, um dos primeiros países a se registrar, terá o domínio “.masr”, que significa “Egito”, escrito em analfabeto árabe.

“Primeiro será utilizado para o Governo e para o setor acadêmico, depois será estudada a possibilidade de utilizar este domínio por outras organizações e entidades”, explicou na entrevista coletiva o ministro de Informação Tecnológica egípcio, Tareq Kamel.

Com o lançamento, a pretensão é “chegar ao maior número de pessoas”, disse Kamel, que deu como exemplo os 55 milhões de egípcios que utilizam celulares com o teclado em caracteres árabes.

O ministro de Informação Tecnológica não divulgou a data do início do projeto, mas reconheceu que ainda há muito trabalho a ser feito, como “resolver problemas técnicos, linguísticos ou relacionados com o direito à propriedade intelectual”.

A decisão de internacionalizar o uso de caracteres não latinos nos endereços de sites na internet foi tomada no dia 30 de outubro em Seul durante a cúpula anual da ICANN.

O lançamento de segunda-feira coincidiu com a realização no Egito do Fórum de Governança da Internet da ONU, onde mil representantes de diversos Governos, organismos e empresas analisam, até o dia 18, temas como segurança, abertura, privacidade, acesso e diversidade na rede.

Com informações de Terra.