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Americano teria hackeado resultado da loteria para faturar 14 milhões de dólares

Eddie Raymond Tipton, de 51 anos, está sendo processado nos Estados Unidos por ter supostamente interferido com o computador que gera os números vencedores de uma loteria. A fraude teria lhe garantido o prêmio de 14 milhões de dólares.

O caso aconteceu em Novembro de 2010, mas só veio à tona agora. Na época, Tipton ocupava o cargo de Diretor de Segurança de Informação da Multi-State Lottery Association, empresa responsável pelos resultados da loteria em diversos estados americanos. Tipton é acusado de ter entrado na sala de segurança máxima onde fica o computador que realiza os sorteios e plantado um pen drive contendo um rootkit para manipular os resultados.

O computador fica completamente isolado da Internet, em uma sala de vidro e apenas cinco funcionários da empresa tinham acesso físico ao local, que era monitorado por câmeras. Segundo a acusação, Tipton teria entrado na sala oficialmente para corrigir o horário do computador, mas teria instalado um programa hacker na máquina.

Coincidentemente, nesta ocasião, a câmera de segurança foi modificada para gravar apenas um quadro por minuto ao invés do procedimento normal de gravação contínua.

O acusado também foi filmado comprando um bilhete da loteria um mês depois do incidente. A legislação proíbe que qualquer funcionário da empresa que administra os sorteios possa comprar bilhetes ou concorrer aos sorteios. Esse mesmo bilhete que teria sido comprado por Tipton foi o vencedor e faturou sozinho o prêmio de US$14,3 milhões.

O prêmio não foi reclamado por quase um ano. Faltando poucos dias para expirar o prazo, uma empresa de fachada com sede em Belize tentou resgatar o prêmio através de uma firma de advocacia em Nova York. Neste momento a fraude foi descoberta e Tipton foi acusado do crime. Faltava descobrir como ele teria feito o golpe.

As acusações do uso de malware só foram adicionadas ao caso em Abril deste ano. De acordo com colegas de trabalho, o Diretor de Segurança de Informação era obcecado por rootkits e malwares e teria uma coleção deles. Uma testemunha do caso confirma que Tipton teria se vangloriado ter em mãos o rootkit perfeito, capaz de executar qualquer comando no computador afetado e se auto-destruir depois sem deixar pistas.

A defesa de Tipton alega inocência e considera que a teoria do hacking “não é viável”. O julgamento deve acontecer nos Estados Unidos em 23 de Julho.