Enquanto no Brasil se debate a validade do uso de dados de operadoras de telefonia para monitorar de forma anônima o cumprimento das normas de quarentena durante a pandemia do novo coronavírus, essa mesma tecnologia está prestes a ser implementada a nível de sistema operacional entre dois grandes rivais.
No meio da crise global, Apple e Google colocaram as diferenças de lado e se juntaram para um esforço em conjunto. Pela primeira vez, Android e iOS irão se integrar a nível de sistema e as duas empresas vão trabalhar unidas para oferecer ferramentas a desenvolvedores para detectar e rastrear proximidade física entre usuários, sem perder o direito à privacidade.
De acordo com o anúncio oficial no site da Apple, “diversas autoridades de saúde pública, universidades e ONGs de destaque ao redor do mundo têm feito um trabalho importante no desenvolvimento de tecnologias optativas de rastreamento de contato”. O mesmo comunicado foi publicado no site do Google, demonstrando a sintonia entre as empresas: “em apoio a essa causa, Apple e Google lançarão uma solução completa que inclui interfaces de programação de aplicações (APIs) e tecnologia de sistema operacional para auxiliar no rastreamento de contato”.
A partir de Maio, as APIs já estarão disponíveis para aplicativos desenvolvidos por autoridades de saúde. A adesão ao uso desses aplicativos será opcional para os usuários, mas eles serão um importante mecanismo para monitorar o avanço da doença e a observância das recomendações de distanciamento social.
Em sua segunda etapa, a parceria entre Android e iOS se tornará ainda mais estreita, com o emprego da tecnologia Bluetooth para facilitar a comunicação entre os dispositivos.
Ainda segundo o comunicado oficial, “todos nós na Apple e no Google acreditamos que nunca houve um momento tão importante para trabalhar juntos na solução de um dos problemas mais urgentes para o planeta. Por meio da cooperação e colaboração com desenvolvedores, governos e prestadores de saúde pública, esperamos explorar o poder da tecnologia para ajudar países ao redor do mundo a frear o avanço da COVID-19 e acelerar o retorno à vida cotidiana”.
