Edward Snowden
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Comitê do legislativo norte-americano investiga Edward Snowden e rejeita pedido de perdão

A campanha pelo perdão presidencial a Edward Snowden acaba de esbarrar em um forte obstáculo: um relatório de um comitê legislativo norte-americano é totalmente contra a ideia.

O documento de quatro páginas é resultado de uma investigação que durou dois anos, realizada pelo Comitê de Inteligência, e concluiu que o melhor termo para definir o ex-funcionário da NSA continua sendo “traidor”.

O relatório foi enviado em forma de carta para Barack Obama e recomenda que o presidente dos Estados Unidos não conceda o perdão a Snowden. Nos termos do documento, “o sr. Snowden não é um patriota. Ele não é um delator” e teria provocado prejuízos extremos à administração pública do país, ao expor métodos e práticas adotadas pelos serviços de inteligência do país que poderiam ser utilizados contra os norte-americanos por nações rivais.

Sobre a percepção de que o delator ajudou a revelar o esquema de invasão de privacidade da NSA, o relatório é taxativo: “a grande maioria dos documentos que ele roubou não tem nada a ver com programas impactando os interesses de privacidade individual. Em vez disso, eles estão ligados a programas das áreas militar, de defesa e inteligência e são de grande interesse para os adversários dos EUA”.

Segundo o estudo, cuja íntegra não está disponível para o público, informações fornecidas por Edward Snowden podem favorecer os interesses da China, da Rússia, do Irã e até mesmo de grupos terroristas. A carta enviada a Obama contém um resumo dos dados coletados e aponta que “mesmo em uma estimativa conservadora, o governo dos EUA gastou centenas de milhões de dólares, e vai eventualmente gastar bilhões de dólares para tentar conter os danos causados por Snowden”.

Jornalistas e ativistas ligados às causas dos direitos humanos e liberdades individuais apontam que há inverdades no relatório e que ele não deve ser levado em consideração. O jornalista norte-americano Barton Gellman, três vezes ganhador do Prêmio Pulitzer por suas reportagens, afirmou que “o relatório sobre Snowden é agressivamente desonesto”. O próprio Snowden criticou os resultados: “depois de ‘dois anos de investigação’, o povo americano merecia algo melhor. Esse relatório rebaixa o comitê”.