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Decepções: 7 deslizes da indústria de tecnologia em 2008

Decepções em 2008
Nem tudo são flores no setor de tecnologia. Empresas que outrora lideraram o mercado e produtos promissores transformaram-se em grandes micos ao longo deste ano. O Yahoo, por exemplo, um dos grandes players do setor de internet, dispensou em meados do ano a oferta da Microsoft, que pretendia comprar a companhia por uma oferta inicial de 44,6 bilhões de dólares. De lá para cá, a companhia perdeu metade de seu valor de mercado e o então Chief Executive Officer (CEO,) Jerry Yang, foi afastado da direção da empresa.

Outra empresa que está mal das pernas é a Motorola. No terceiro trimestre deste ano, a empresa perdeu quase 400 milhões de dólares em seu terceiro trimestre fiscal, o que levou à demissão de milhares de funcionários no mundo inteiro. Além disso, os executivos da Motorola terão seus salários reduzidos para cortar custos. Veja abaixo essas e outras decepções do mercado de tecnologia

Yahoo à deriva
O ano começou agitado para os executivos do Yahoo: a empresa entrou na mira da Microsoft, que se prepara para enfrentar o Google no segmento de buscas online. A gigante de Redmond ofereceu 44,6 bilhões de dólares pelo portal de internet no início do ano. Mas o então Chief Executive Officer (CEO) do Yahoo, Jerry Yang, dispensou a oferta, dizendo que ela estava abaixo do real valor de mercado da companhia.

Yang, que apostava em um acordo de publicidade com o Google para reforçar a receita da empresa, manteve a decisão mesmo sofrendo pressões dos acionistas, entre eles, o mega investidor Carl Icahn. Mas a parceria entre Google e Yahoo não foi adiante. Como resultado, Yang foi afastado da direção da companhia – que ainda procura por um novo CEO.

A empresa chegou a cogitar um novo acordo com a Microsoft, mas o CEO da empresa de Redmond disse que não está mais interessado em comprar a empresa. Por outro lado, a Stebe Ballmer sinalizou que pode comprar a divisão de buscas do Yahoo antes do fim do ano. Em seu último trimestre fiscal, os resultados foram desapontadores: o lucro da empresa caiu 64% e a empresa anunciou a demissão de 10% de seus funcionários, incluindo o corte de 4 pessoas no Brasil.

Motorola em queda livre
O ano também não foi nada animador para a Motorola. A empresa começou 2008 anunciando que estudava vender ou separar sua divisão de celular. Outrora lucrativa, a divisão de telefones móveis sofre intensa competição de outras fabricantes (como Nokia, Samsung, Sony Ericsson e Apple) e tem perdido importância no faturamento da empresa., que já chegou a liderar o mercado de celulares, mas hoje está na terceira posição.

Em seu terceiro trimestre fiscal, a Motorola chegou a divulgar um prejuízo de cerca de 400 milhões de dólares. A explicação foi a incapacidade de controlar os custos de maneira equilibrada com a sua receita em queda. Os planos para vender a unidade de celulares foram adiados e a empresa vai apostar no desenvolvimento de aparelhos equipados com o Android, sistema operacional para celulares desenvolvido pelo Google.

Os problemas financeiros levaram às demissões de 3 mil funcionários. Já os executivos da empresa foram poupados – mas o mesmo não se pode dizer de seus salários. Os diretores executivos da empresa terão seus salários reduzidos em até 25% para ajudar a empresa nesse período de crise.

iPhone 3G por 1.000 reais no Brasil
O iPhone é, sem dúvida, um dos produtos de tecnologia mais desejados de todos os tempos. Por isso, quando a Apple anunciou que a versão compatível com redes 3G seria vendida em vários países além dos EUA, os usuários brasileiros ficaram empolgados com a possibilidade de comprar o celular com tela sensível ao toque de forma legalizada, no País.

A animação, porém, recebeu um banho de água fria quando as operadoras Claro e Vivo anunciaram o preço do celular da Apple no Brasil: entre 900 reais e 1.500 reais, com mensalidades entre 71 reais e 585 reais. No começo de dezembro, a TIM anunciou que venderia o celular com o preço variando entre 700 reais e 1.300 reais, com mensalidades entre 93 e 299 reais. Veja aqui uma tabela comparativa dos preços do iPhone no Brasil.

A morte do HD DVD
Durante alguns anos, Toshiba e Sony travaram uma batalha para saber qual de seus formatos de disco de alta definição – o HD DVD ou o Blu-ray, respectivamente – se tornariam o padrão do mercado. Em fevereiro deste ano, a Toshiba jogou a toalha e confirmou que iria parar de fabricar o HD DVD, entregando a vitória ao Blu-ray. A decisão foi tomada após o formato perder o apoio de importantes empresas, como os estúdios Warner, as varejistas Best Buy e Wal-Mart e a rede de locadoras Netflix.

Apesar de vencedora, a Sony foi pouco beneficiada. A tecnologia não ganhou um grande impulso com o fim da disputa. No Brasil, a adoção da mídia de alta definição ainda é lenta. Para a fabricante japonesa, uma explosão no consumo do Blu-ray só deve acontecer a partir de 2011. Um dos motivos é que o formato enfrenta competição de um outro setor: as empresas que oferecem downloads de filmes em alta definição.

Panes da Telefônica e na internet
No comecinho de julho, uma falha nas redes da Telefônica tirou do ar o atendimento de serviços essenciais, como delegacias da Polícia Civil, unidades do Detran e Poupatempo, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, bancos privados além de milhares de usuários que dependiam da banda larga da operadora.

Mais de três semanas após o problema na Telefônica, um relatório do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações de Campinas (CPqD) apontou como responsável pela pane uma falha conjunta entre hardware e software em roteadores no interior de São Paulo.

A inoperância da rede de banda larga por 36 horas causou nada menos que 24 milhões de reais de prejuízo à Telefônica, já que a provedora foi forçada a isentar do pagamento o equivalente a cinco dias de serviço de todos os clientes afetados pela pane.

Esta foi uma das diversas ‘baleiadas’ que os internautas enfrentaram este ano, incluindo panes em Orkut, Gmail, Amazon, MobileMe e no Twitter, que emprestou o termo ‘baleiar’ por suas consecutivas quedas.

OLPC não deslancha
A idéia da fundação One Laptop Per Child (OLPC) é muito bacana: oferecer notebooks leves e com menos recursos, que serão usados como ferramentas educacionais para crianças em países em desenvolvimento. A idéia da fundação foi tão boa que ajudou a expandir o mercado de laptops ultraportáteis, ou netbooks. Na prática, porém, o projeto só foi implementado no Peru e na Colômbia, em fase de testes. Cerca de 200 mil laptops serão distribuídos nesses países.

Em novembro, a Amazon começou a vender os notebooks de baixo custo XO nos EUA, como parte do programa Get One, Give One (Compre um, Doe um). O programa foi aberto para compradores do mundo inteiro em dezembro. Apesar dos avanços, o objetivo da OLPC está longe de ser concluído.

O fogo de palha do Cuil
O Cuil é um mecanismo de buscas criado por ex-engenheiros do Google para competir com o maior buscador da web. A notícia gerou grande buchicho antes do lançamento do serviço, que prometia ser até mais eficiente que o Google. Na prática, porém, o novo mecanismo de busca não cumpriu a promessa e sua participação no mercado norte-americano de buscas atingiu apenas 0,007% em junho, pouco após o lançamento. Enquanto isso, sem ameaças, o Google só ganhou participação e já domina 72% das buscas feitas nos EUA, segundo dados da Hitwise, de outubro.

Com informações de IDGNow.