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Fábricas chinesas de tecnologia são ligadas a acusações de trabalho infantil

Alguns adolescentes em escolas vocacionais da China estão supostamente trabalhando até 12 horas por dia para fornecedores de empresas como HP e Apple. As informações são do Wall Street Journal.

Escolas na cidade de Chongqing, China, estão enviando milhares de adolescentes para fábricas. Muitos alunos dizem que não receberão a opção de escolher de querem ir ou não.

“De repente eu fui dita que tinha que passar o verão montando computadores ou não poderia me formar”, disse uma menina de 16 anos que está em um programa preparatório de uma escola profissional local. “Eu sinto como se tivesse sido enganada”.

A jovem e seus colegas trabalham na linha de montagem de uma fornecedora da Hewlett-Packard Co., chamada Quanta Computer, por até 12 horas diariamente, seis dias por semana. Essas condições violam os regulamentos chineses para trabalhadores menores de 18 anos.

A lei chinesa limita estágios de até oito horas por dia, sem turnos da noite, e afirma que as escolas devem colocar os estudantes em estágios relacionados com a sua área de graduação. Estas regras são amplamente desrespeitadas por fábricas.

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Algumas grandes marcas, como HP e Apple dizem que estão trabalhando com seus fornecedores para se certificar de que os empregos estão em conformidade com as leis trabalhistas, mas muitas vezes reconhecem que violações ocorrem.

Escolas de formação profissional da China na maioria das vezes atendem alunos que não pretendem ter uma educação universitária. Alguns oferecem uma formação de qualidade, enquanto outros colocam alunos em longos estágios em fábricas.

Wistron, uma das fábricas fornecedora da HP, contestou a alegação dos trabalhadores, dizendo que a relação de estagiários havia caído para 48%-49%. A HP disse que seus cheques mostraram que apenas 12% dos trabalhadores de suas fábricas de montagem na China eram estudantes.

Já a Acer disse que o uso excessivo de alunos foi uma das violações mais comuns em sua auditoria de fornecedores em 2012, o que resultou na empresa abrindo um programa de gerenciamento para estudantes no ano passado.

Segundo o WST, poucos dos alunos entrevistados viam os estágios como educacionais. “Eu acabo colocando a mesma peça em computadores repetidamente, todos os dias”, disse uma jovem. “Eu não estou aprendendo nada”.