O Facebook anunciou nessa segunda-feira que irá empregar tecnologia de Inteligência Artificial para detectar previamente postagens com padrões que possam indicar a intenção do seu usuário cometer suicídio.
O algoritmo irá analisar o conteúdo publicado, priorizar a gravidade e alertar moderadores humanos antes mesmo que qualquer outro usuário realize uma denúncia, agilizando o processo para maximizar as chances de evitar uma tragédia.
A partir da decisão do moderador, o próprio sistema poderá enviar mensagens de auxílio para a pessoa afetada, alertar seus amigos próximos através da rede ou até mesmo acionar as autoridades para tentar salvar o suicida. “Trata-se de salvar minutos em cada etapa do processo, especialmente no Facebook Live”, explicou o vice-presidente de gerenciamento de produtos, Guy Rosen. Segundo o executivo, durante a fase de testes, “houve casos em que as autoridades chegaram e a pessoa ainda estava transmitindo”.
Rosen também afirmou que sua equipe de desenvolvimento conversou “com especialistas em saúde mental” e acrescentou: “uma das melhores maneiras de ajudar a prevenir o suicídio das pessoas que precisam é ouvir de amigos ou familiares que se preocupam com eles”. Segundo ele, “isso coloca o Facebook em uma posição realmente única. Podemos ajudar a conectar pessoas que estão em dificuldade, a se conectarem a amigos e a organizações que podem ajudá-los”.
Mark Zuckerberg, fundador e CEO da rede social, elogiou o projeto: “o suicídio é uma das principais causas de morte para os jovens, e esta é uma nova abordagem da prevenção”. Para o executivo, “com todo o medo sobre como a Inteligência Artificial pode ser prejudicial no futuro, é bom lembrar-nos como as IAs realmente estão ajudando a salvar a vida das pessoas hoje”.
E garantiu que isso é apenas o começo: “no futuro, a IA será capaz de entender mais as sutis nuances da linguagem e também poderá identificar diferentes questões além do suicídio, incluindo a detecção rápida de mais tipos de bullying e ódio”.
O Facebook está chamando a iniciativa de “detecção proativa” e, após uma série de testes nos Estados Unidos, irá estender o mecanismo para o mundo todo, exceto os países da União Europeia, cujas leis proíbem a utilização de dados pessoais para criação de perfis de comportamento.
