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Historiador critica influência negativa das redes sociais

O historiador escocês Niall Ferguson esteve em São Paulo na noite dessa terça-feira para um seminário e teceu duras críticas ao que chamou de influência negativa das redes sociais na sociedade.

Durante sua palestra no evento “Fronteiras do Pensamento”, o pensador declarou que “uma das consequências das redes sociais gigantes é a polarização. As pessoas se agrupam em grupos de esquerda ou de direita”.

Para Ferguson, o fenômeno facilmente observável no dia a dia e nas polêmicas que brotam nas redes sociais, é muito mais nocivo do que aparenta: “o que notamos é um maior engajamento em tuítes de linguagem moral, emocional e até obsceno. As redes estão polarizando a sociedade, produzindo visões extremistas e fake news. Essa empresas não estão nem aí com a saúde da sociedade civil. O efeito disso tudo é muito mais tóxico do que percebemos”. Em suas palavras, “a polarização se tornou um veneno”.

Ele também mencionou o poder de influência das redes sociais e seu impacto mais visível recentemente: a vitória de Donald Trump, contra todas as expectativas de especialistas, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano passado. O historiador acredita que o efeito irá se repetir: “todas as eleições no futuro próximo serão afetadas na mesma dinâmica. O Facebook é uma ferramenta política importante porque escolhe os alvos (da mensagem). Tudo isso custa menos do que uma propaganda política tradicional”.

E alertou: “devemos prestar muita atenção no que vai acontecer no Brasil e México nas eleições do ano que vem”. Para Fergunson, o alcance de um político nas redes sociais e o seu domínio das ferramentas e sua linguagem serão determinantes.