O duelo anunciado entre a Inteligência Artificial AlphaGo e o campeão mundial de Go completou sua primeira etapa nessa terça-feira com um resultado desfavorável para a raça humana.
O jovem chinês Ke Jie, de apenas 19 anos, foi derrotado por meio ponto, mas ainda pode virar a competição nas próximas duas partidas programadas da disputa de melhor de três.
Ke empregou técnicas novas que nunca havia usado antes, preparadas após estudar partidas anteriores realizadas pela Inteligência Artificial e projetadas para tentar confundir os algoritmos do projeto DeepMind do Google. A tática quase funcionou, mas o campeão do mundo acabou vendo a vitória escapar-lhe das mãos diante da precisa e impassível capacidade de analisar o confronto os movimentos de seu oponente e rebater com a melhor resposta possível.
“Eu acredito que esse foi um jogo realmente maravilhoso”, comemorou o CEO e co-fundador do DeepMind, Demis Hassabis após a conclusão da partida. “Tenho um grande respeito por Ke Jie por disputar um grande jogo e levar AlphaGo aos seus limites”. Uma análise da partida revela que o campeão humano jogou na defensiva, se contendo para não cometer erros, enquanto AlphaGo não tentou buscar um massacre, mas apenas a menor vantagem possível para assegurar a vitória.
A Inteligência Artificial e Ke Jie voltarão a se encontrar diante do tabuleiro na próxima quinta-feira e no Sábado, para definir o grande vencedor. Além disso, AlphaGo irá também disputar um torneio de duplas, onde terá que aprender a jogar em parceria com jogadores humanos e também disputará uma partida simultânea contra cinco jogadores profissionais de Go durante o evento que acontece na China.
A iniciativa foi organizada pela Alphabet, em parceria com a Associação Chinesa de Jogadores de Go e o governo chinês. O objetivo de todos esses desafios, é claro, não é mostrar quem é o melhor jogador de Go do mundo, se o Homem ou a Máquina, mas “explorar como as tecnologias por trás do AlphaGo, aprendizado de máquina e Inteligência Artificial, estão trazendo soluções para alguns dos maiores desafios do mundo”, conforme explica Hassabis.