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Novos documentos mostram que a NSA tem direito de espionar todos, menos quatro países

Praticamente nenhum governo está fora dos limites da Agência de Segurança Nacional. A NSA foi autorizada a interceptar informações “a respeito de” todos menos quatro países, de acordo com documentos novos vazados.

Os Estados Unidos há muito tempo tem amplos acordos de não-espionagem com quatro países – Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia – em um grupo conhecido coletivamente como “The Five Eyes” (algo como “Os Cinco Olhos”). Mas relatórios e outros documentos vazados indicam que a NSA recebeu uma autoridade muito maior do que a conhecida anteriormente, que lhe permite interceptar, através de empresas norte-americanas, não apenas as comunicações de seus alvos no exterior, mas todas que os envolvam também.

O passe livre – aprovado pelo Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira e incluído em um conjunto de documentos vazados pelo ex-empreiteiro da NSA, Edward Snowden – lista 193 países que seriam de interesse válido para a inteligência dos EUA, incluindo o Brasil.

A agência também pode reunir informações sobre entidades, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a União Europeia e a Agência Internacional de Energia Atômica.

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É importante lembrar, no entanto, que a NSA não está necessariamente espionando todos os países ou organizações identificadas nos relatórios, ela só ganhou a autoridade para fazê-lo.

“Estes documentos mostram tanto o âmbito potencial das atividades de vigilância do governo quanto o papel extremamente modesto que o tribunal desempenha na supervisão”, disse Jameel Jaffer, diretor jurídico adjunto da American Civil Liberties Union.

Uma porta-voz da NSA, vanee Vines, disse que a agência só pode ter como alvo estrangeiros que “razoavelmente acredita-se estarem fora dos Estados Unidos”.

Vines observou que, em janeiro, o presidente Obama emitiu uma diretriz política afirmando que a vigilância dos EUA “será tão adaptada quanto possível”. Obama também garantiu que os Estados Unidos já não espionam dezenas de chefes de Estado estrangeiros e que decisões sobre alvos sensíveis estão sujeitas a revisão de alto nível.