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Record, SBT e Rede TV negociam transmissão de conteúdo pela Netflix

O Netflix pode ganhar um reforço de peso no Brasil: conteúdo produzido pelas emissoras Record, SBT e Rede TV.

Segundo o colunista Ricardo Feltrin, do UOL, as três emissoras brasileiras estão em processo de negociação com o serviço de streaming para transmissão de seu conteúdo próprio, como novelas, série e programas jornalísticos.

A negociação acontece através da Simba, uma empresa fundada pelas emissoras para conduzir a venda de conteúdo para redes de TV por assinatura. Entretanto, o relacionamento entre as emissoras de TV aberta e as operadoras de TV fechada continua conturbada e as operadoras se recusam a oferecer uma contrapartida financeira pela exibição de conteúdo HD das emissoras em seus pacotes para assinantes. A alternativa encontrada pela Simba para gerar uma renda adicional foi ir buscar a ajuda dos serviços de streaming.

A Netflix não é o único alvo da Simba, que também está de olho no Amazon Prime Video, que chegou recentemente ao Brasil. Toda essa movimentação nos bastidores promete esquentar uma briga que já se arrasta por anos: as operadoras de TV por assinatura estão vendo o número de assinantes diminuir progressivamente e atribuem essa queda à ação dos serviços de streaming. Por outro lado, as mesmas operadoras também controlam a oferta de internet banda larga e acusam os serviços over-the-top de se aproveitarem da infraestrutura sem pagar os custos operacionais.

O resultado é que há uma movimentação das operadoras de TV e internet para limitar o consumo de serviços de streaming, seja através do famigerado limite de dados para a internet fixa, seja através de pressão para que a concorrência seja taxada ou regulada pelo governo.

Por sua vez, as emissoras abertas lutam para se manterem relevantes e ampliar seu faturamento: uma alteração na lei das telecomunicações em 2011 permitiu que as emissoras cobrem das operadoras pela exibição de conteúdo em seus pacotes de assinatura. Entretanto, as operadoras se recusam a aceitar a formação da Simba, tendo inclusive tentado bloquear sua criação na Justiça, e estão relutantes de negociar o pagamento de transmissão de conteúdo.