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YouTube oferece filtro antipirataria a produtores

O site de vídeos YouTube anunciou, na noite de segunda-feira (15), o uso de uma aguardada tecnologia que deve excluir automaticamente da página conteúdo protegido por direitos autorais. A iniciativa, acredita o Google (empresa responsável pelo YouTube), deve acalmar os ânimos da indústria de entretenimento, que não quer suas produções disponíveis gratuitamente na web.

Segundo a agência de notícias Associated Press, a ferramenta de filtragem foi desenvolvida para que os próprios responsáveis pelo conteúdo possam definir os arquivos proibidos no popular site de vídeos do Google. Além disso, os donos do conteúdo terão a opção de exibir anúncios relacionados a seus vídeos, se quiserem manter esses arquivos disponíveis no YouTube.

Nove empresas que produzem conteúdo iniciaram os testes com essa nova tecnologia – entre elas Walt Disney, Time Warner, Viacom, CBS e NBC Universal, segundo o “New York Times”. Em dez dias de testes, o sistema antipirataria identificou 18 violações a conteúdo protegido dessas companhias, afirmou a Associated Press.

“Estamos muito satisfeitos em ver que o Google parece estar tomando medidas para assumir responsabilidades e acabar com a prática de lucrar com a violação de leis”, afirmou ao jornal “New York Times” Michael Fricklas, executivo da Viacom. Em março, esse conglomerado de mídia abriu um processo de US$ 1 bilhão contra o Google pela violação de direitos autorais no YouTube. “Vamos assistir a tudo, para ter certeza de que o sistema é eficaz e robusto o suficiente para lidar com o problema”, continuou.

Eficácia
O Google classificou os testes como “promissores”, mas não soube mensurar quão eficaz é o sistema. Na semana passada, o diretor-executivo Eric Schmidt considerou impossível o desenvolvimento de uma ferramenta com 100% de precisão na identificação de arquivos protegidos. “A questão é: podemos chegar aos 80%, 90%?”, questionou o executivo.

Edward Adler, vice-presidente de comunicação da Time Warner, classificou o sistema como uma “iniciativa em desenvolvimento”. “O Google ainda terá trabalho pela frente até poder dizer que a ferramenta é totalmente eficaz”, disse Adler ao “New York Times”.

Para que as empresas utilizem o filtro antipirataria desenvolvido pelo Google, é necessário submeter o conteúdo ao gigante das buscas. Somente assim, cada arquivo poderá ganhar uma “impressão digital”, que ficará no banco de dados do YouTube. Dessa forma, cada vez que um usuário disponibilizar um vídeo na página, o sistema antipirataria poderá verificar se a veiculação daquele arquivo é proibida.

“Nós realmente precisamos que a comunidade responsável pela criação de conteúdo trabalhe conosco”, disse David King, gerente de produto do YouTube. “O segredo de tudo está no acesso ao material de referência.”

Outra alternativa é usar essa “impressão digital” para associar anúncios ao conteúdo. Se as empresas de mídia optarem por isso, dividirão com o Google o lucro obtido toda vez que um internauta clicar nesses links de anunciantes.

Por enquanto, os vídeos proibidos ainda ficam expostos por alguns minutos no site antes que sejam removidos. Com o tempo, a empresa espera que o sistema consiga prevenir a postagem dos arquivos proibidos, evitando que eles cheguem a aparecer no site.

Com informações de G1.