Afinal de contas, como se faz para ganhar dinheiro com games?
Uma das perguntas que mais me fizeram recentemente foi essa. E a minha resposta foi In App Purchase.
Para contextualizar melhor, vou contar um pouco do seu surgimento. O In App Purchase apareceu com o lançamento da terceira versão do iOS e na sequência, lançado no sistema Android com o nome In App Billing. Desde então passou a ser possível adquirir conteúdos extras dentro dos próprios programas e jogos instalados em smartphones.
Fases adicionais, Mapas, “vidas extras”, acessórios e assinaturas são alguns exemplos de bônus que podem ser adquiridos através desse sistema.
Os jogos com esse recurso são oferecidos gratuitamente e após um tempo, para continuar usando-o ou para obter vantagens para avançar uma etapa, é preciso pagar um determinado valor. Além de ser uma maneira de obter novos usuários, oferecer a versão gratuita do jogo também pode ser o primeiro passo para divulgá-lo, como foi com o Angry Birds. A Rovio, criadora do jogo, está entre uma das maiores empresas produtoras de jogos para smartphones e tablets.
O segredo das empresas que trabalham com essa fatia de mercado é sempre ter novidades, atualizações e novas versões sempre pensando em torná-los mais interessantes e atrativos.
A finlandesa Supercell, a produtora mais lucrativa do mundo de games, é expert em oferecer novas possibilidades para os seus maiores sucessos Clash do Clans e Hay Day. As constantes atualizações, como adição de personagens e novos itens reinventam os jogos e o tornam ainda mais rentável.
Além da inovação, a tecnologia In App Purchase tem em sua essência o grande conhecimento do comportamento de seus públicos. Um exemplo é que muitos jogos se utilizam do histórico do usuário para oferecer pontos, oportunidades para avançar de fase e acessórios dependendo da quantidade de horas jogadas, da média da pontuação, dentre outros dados.
Os jogos também costumam ser produzidos com recursos atrativos: cores, velocidade, personagens com “poderes” mais interativos, dentre outros. A ideia é fazer a pessoa passar mais tempo jogando e envolvida para que se interesse pelas ofertas de compra.
Outra estratégia para aumentar as vendas é sempre manter a loja digital em locais de fácil visualização, sem esquecer do design dos jogos que também foi desenvolvido para comportá-los.
O sucesso é tamanho, que nos últimos meses foram relatados vários casos pelo mundo de crianças que, ao começar a jogar, gastam pequenas fortunas nos jogos para continuar acessando-os.
Para se ter uma noção dos lucros desse segmento, uma pesquisa realizada pelo site Game Informer mostra que 14,8 bilhões de dólares foram gastos em jogos. Isso incluiu jogos novos, alugados, usados e também de conteúdo digital – sendo estes últimos os que mais crescem em números.
Se considerarmos que as tecnologias têm sido usadas para satisfazer os desejos e aspirações humanas, esse mercado só tende a crescer, já que observamos que os games, em especial, são baseados em pesquisas que buscam compreender comportamentos e habilidades humanas. E, é claro, o mercado também está em expansão e recompensando bem os investimentos em games.
por Lucas Longo, fundador e CEO do iai? – centro de treinamento e produtora referência em mobile.