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Aplicativo para smartphone prevê mudanças de humor de usuários bipolares

Uma parte essencial da gestão do transtorno bipolar – que é caracterizada por mudanças de humor dramáticas entre grande energia e apatia depressiva – é ser capaz de prever quando essas mudanças irão ocorrer, e agir para controlar isso.

Um aplicativo de smartphone novo experimental chamado PRIORI poderia oferecer uma forma não-intrusiva para gerenciar a condição.

Desenvolvido por uma equipe do Centro de Depressão da Universidade do Michigan, o aplicativo é executado em segundo plano, dando início automaticamente para monitorar padrões de voz do usuário, esteja ele em uma conversa por telefone normal ou em um telefonema programado com a equipe de atendimento do aplicativo.

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Como monitora a chamada, o app analisa os sons e os silêncios do usuário. Um episódio onde o usuário está com muita energia, por exemplo, pode ser anunciado pelo discurso rápido com pouco silêncio, já um episódio depressivo pode ser sinalizado pela falta de palavras e silêncios mais longos.

Depois que os padrões individuais do usuário foram aprendidas pelo aplicativo, ele será capaz de sinalizar tanto para o usuário quanto sua equipe médica para alertá-los da próxima mudança de humor.

A equipe tem o cuidado de observar que apenas o lado da conversa do paciente é gravada e, em seguida, é criptografada e colocada em um servidor seguro, de modo que ninguém pode ouvi-la.

Até agora, PRIORI foi testado em seis pacientes e os pesquisadores descobriram que o aplicativo é capaz de detectar, em conversas cotidianas, as modulações vocais que prevêem diferentes níveis de alterações de humor bipolar. O próximo passo é testar o app ainda mais, com a eventual esperança de que ele ajude não apenas pessoas bipolares, mas aqueles que vivem com doenças como depressão, esquizofrenia, stress pós-traumático e até mesmo a doença de Parkinson.

PRIORI

“À medida que recolhermos mais dados o modelo vai se tornar melhor, e nosso objetivo final é ser capaz de antecipar mudanças, de modo que pode ser possível intervir mais cedo”, afirmou o co-líder da equipe, Zahi Karam.