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Brasil tem cursos para criminosos digitais

Uma pesquisa realizada pela empresa de segurança Trend Micro no Brasil revela que o crime digital está florescendo no país e se profissionalizando. Bandidos estão realizando cursos online para aprender novas técnicas, compartilhando informações e vendendo dados privados abertamente.

Segundo a pesquisa “The Brazilian Underground Market – the Market for Cybercriminal Wannabes”, o Brasil é o único país no mundo onde serviços de treinamento são oferecidos de forma didática para quem quiser aprender como invadir sistemas e furtar informações.

Para Fernando Mercês, da Trend Micro, “o cibercrime no Brasil está se desenvolvendo cada vez mais. A oferta de softwares, serviços e malwares maliciosos está crescendo, e os preços diminuindo. Nosso levantamento teve como objetivo mapear o crime digital para ajudar a detê-lo, mas também serve como um alerta para o usuário sobre o problema da segurança digital e para os cuidados que ele deve ter com o seu comportamento online”.

O preço para o treinamento para quem deseja iniciar carreira no mundo do crime pode variar de R$120 a R$1.500. Pelo valor mínimo, é possível encontrar na Internet tutoriais que ensinam como montar uma página falsa de banco e aplicar um golpe de phishing. Criminosos também oferecem ferramentas especializadas, como programas de spam por SMS a partir de R$499. Geradores de números de cartões de crédito são distribuídos de graça como forma de atrair clientes para os cursos.

O custo do dado privado também se banalizou, alerta a Trend Micro. Em 2011, números de cartão de crédito reais custavam US$3 a unidade. Atualmente, os dados completos de um indivíduo, incluindo o número do cartão de crédito, podem ser obtidos por US$5 no mercado negro.

Com as ferramentas e as técnicas negociadas no submundo, não é necessário mais conhecimento técnico para executar golpes virtuais como era no passado. Atualmente, o Brasil figura como o segundo país em número de sistemas infectados por malware bancário, atrás apenas dos Estados Unidos e empatado com o Vietnã.

A Trend Micro fechou um acordo com o governo brasileiro e a Interpol para compartilhar sua pesquisa e denunciar o cibercrime. Para Fernando Mercês, a melhor defesa do internauta comum continua sendo manter seus programas de segurança ligados e atualizados e utilizar sempre o bom senso, evitando abrir links desconhecidos enviados por e-mail ou navegar em sites de qualidade duvidosa.