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Dell venderá PCs no varejo também no Brasil

BOSTON/SÃO PAULO (Reuters) – A Dell planeja começar a vender computadores pessoais em lojas do Wal-Mart na América do Norte em 10 de junho, lançando uma ofensiva para comercializar suas máquinas em redes varejistas de vários países, incluindo o Brasil.

Bob Pearson, porta-voz da Dell nos Estados Unidos, disse que a companhia planeja ter varejistas parceiros na venda de computadores em seus 10 a 15 principais mercados, que, além do Brasil, incluem Reino Unido, Alemanha, França, Japão e China, entre outros.

A estratégia representa a primeira grande tentativa da Dell em vender seus PCs via varejistas tradicionais, em um esforço para recuperar sua posição de maior fabricante de PCs do mundo. A companhia perdeu o posto para a rival Hewlett-Packard, que apostou em redes de varejo para distribuir seus produtos.

Há 23 anos a Dell adota um sistema de vendas diretas, ainda que seus produtos estejam disponíveis em quantidade limitada em alguns varejistas.

No Brasil, a Dell recentemente expandiu suas operações ao inaugurar uma fábrica em Hortolândia, interior de São Paulo, para obter economias de custos por estar mais perto de fornecedores de componentes e de clientes.

“A situação do mercado brasileiro agora vai mudar no varejo, porque até hoje você praticamente tem apenas um grande fabricante internacional que é a HP e o restante são empresas nacionais”, disse o analista Ivair Rodrigues, da empresa de pesquisa IT Data.

“A entrada da Dell vai fazer diferença na competição porque a empresa tem uma marca forte que vai disputar a atenção do consumidor”, acrescentou.

Rodrigues disse ainda que o movimento no varejo deve pressionar as margens de lucro da Dell no país. “Lidar com o varejo não é a mesma coisa que vender diretamente, a margem é bem menor.”

Representantes no Brasil do Wal-Mart e da Dell não estavam disponíveis para comentar o assunto.

O mercado brasileiro de PCs tem crescido impulsionado por aposta dos varejistas, que têm oferecido planos de financiamento com parcelas abaixo de 100 reais mensais.

O setor também tem sido incentivado por cortes de juros e impostos, expansão da renda do brasileiro e valorização do real, que barateia a aquisição de componentes importados e reduz o preço dos computadores.

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) prevê vendas de 10 milhões de PCs no Brasil em 2007, 20 por cento acima do registrado no ano passado, quando o mercado registrou crescimento de 46 por cento.

Com informações de Por Jim Finkle e Alberto Alerigi Jr.