Desde o início do ano, o Facebook vem reduzindo o alcance de postagens de baixa qualidade em sua plataforma a nível global, mas um representante da rede explicou como vem adaptando esses critérios de avaliação para o cenário brasileiro.
Cláudia Gurfinkel, líder de parcerias com veículos de mídia do Facebook para a América Latina, explicou nesse Domingo, durante uma conferência para jornalistas, que a plataforma está mirando em publicações “caça-cliques” e manchetes sensacionalistas.
Apesar da medida do Facebook estar focada em pequenas páginas e portais de idoneidade questionável, a política de alcance por algoritmo tem impactado também alguns gigantes da mídia, segundo um levantamento recente realizado pela BBC Brasil. Para esses casos, a executiva rebate: “se um veículo de credibilidade estiver adotando esse tipo de prática simplesmente para conseguir clique, ele também pode sofrer algum tipo de punição”.
Os mecanismos utilizados pelo Facebook são em sua maioria automatizados, baseados em aprendizado de máquina e tampouco são transparentes ou abertos para a possibilidade de contestação por parte dos responsáveis afetados. Entretanto, nas palavras de Gurfinkel, “priorizamos conteúdo de boa qualidade dentro da plataforma. Queremos que a comunidade seja uma comunidade bem informada”.
Durante a palestra realizada no festival 3i – Jornalismo Inovador, Inspirador e Independente, Gurfinkel foi interpelada sobre a intervenção do Facebook poder ser interpretada como uma forma de censura a conteúdos, exercida por uma empresa privada. A executiva declarou que “não é que essas páginas sejam eliminadas ou que desapareçam, mas passam a ter distribuição um pouco mais limitada dentro da plataforma”.
Ela também reiterou que não se trata de uma análise de conteúdo publicado ou viés político, mas uma estratégia adotada contra a divulgação de postagens de baixa qualidade, que enganam o usuário, prometendo conteúdos que não correspondem ou ocultando informações para incentivar o clique.
