Durante 17 anos ninguém viu que havia uma vulnerabilidade grave em um dos componentes do Microsoft Office, usado para edição de equações no Word, mas agora a falha de segurança foi finalmente corrigida.
A brecha estava presente em um componente legado que não era mais utilizado, mas foi deixado para trás por questões de compatibilidade com documentos antigos e, felizmente, a vulnerabilidade seguiu ignorada tanto pela Microsoft quanto pelos cibercriminosos.
A descoberta foi feita pela empresa de segurança Embedi, que comunicou o problema à Microsoft em Março deste ano em sigilo. A falha estava presente no arquivo EQNEDT32.EXE e permitia a execução de comandos que poderiam levar a infecções ou tomada de controle do sistema. Apesar de obsoleto, o executável era mantido nas instalações do Office, inclusive o Office 365, para abrir documentos criados com esse suporte no passado. Por ser anterior a diversas implementações de segurança introduzidas pela Microsoft no desenvolvimento de seus programas, o executável permaneceu esquecido, com brechas que poderiam ser exploradas.
Para ativar a vulnerabilidade, o usuário precisaria abrir um arquivo previamente preparado por criminosos. Segundo a Embedi, se esse arquivo fosse baixado da internet, o modo protegido do Word, ativado por padrão com documentos abertos da web, já seria proteção suficiente para impedir o uso da falha de segurança. A menos que o usuário autorizasse o desbloqueio do modo protegido, o que poderia expor o sistema ao risco.
Aparentemente, nem a Microsoft tinha mais acesso ao código-fonte original do EQNEDT32.EXE e o binário precisou ser editado “no braço” para corrigir a vulnerabilidade. Especialistas analisaram a atualização do executável e concluíram que o tempo gasto pela Microsoft entre o alerta do problema e seu conserto foram utilizados para que um desenvolvedor editasse o programa sem afetar sua funcionalidade primária e sem compilar novamente.