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FBI administrou site de pornografia infantil durante duas semanas

Até onde pode ir o excesso de zelo? Em Fevereiro de 2015, o FBI administrou durante duas semanas um site de pornografia infantil na dark web.

O assunto veio à tona agora com um processo judicial que aponta que no período em que esteve sob controle da agência norte-americana, a eficiência dos servidores foi aumentada e taxa de visitação disparou.

A operação conduzida pelo FBI no site Playpen tinha como objetivo implantar malwares nas máquinas dos frequentadores do endereço eletrônico para ampliar o escopo das investigações relacionadas a casos de pedofilia. Ao desbaratar o site, ao invés de desativar as operações imediatamente, o FBI optou por manter o serviço funcionando por mais duas semanas, como uma isca.

Agora, a defesa do homem acusado de ser o administrador original do Playpen está argumentando na Justiça norte-americano que o FBI é ainda mais culpado, por ter melhorado a performance do site e, consequentemente, seu alcance, tendo, inclusive, recebido elogios de frequentadores do portal.

“Como resultado, o número de visitantes do Playpen enquanto esteve sob o controle do Governo subiu de uma média de 11.000 visitantes semanais para aproximadamente 50.000 visitantes por semana. Durante essas duas semanas, o número de assinantes do website cresceu em 30%, o número de visitantes únicos semanais mais que quadruplicou e aproximadamente 200 vídeos, 9.000 imagens e 13.000 links para para pornografia infantil foram postados no site”, acusam os advogados.

Embora a estratégia de defesa seja, no mínimo, hipócrita, em uma tentativa de virada de mesa, ela coloca em xeque os métodos adotados pelo FBI durante a sua operação. Ainda, de acordo com a legislação americana, a “conduta ultrajante” da agência governamental pode mesmo invalidar as acusações e libertar o seu cliente.

Até o momento, o FBI não se pronunciou oficialmente sobre a tentativa da defesa. Sabe-se que, em virtude da operação camuflada no Playpen, os investigadores conseguiram acesso a 4.000 computadores espalhados por todo o mundo e conseguiram indiciar 186 pessoas envolvidas em atividades relacionadas à pornografia infantil.