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FBI investiga jogos de azar no programa Second Life

Policiais já visitaram cassinos do programa on-line.
Especialistas acreditam que jogo viola leis dos EUA.

Investigadores do FBI (polícia federal norte-americana) visitaram os cassinos virtuais do programa on-line Second Life, a convite da Linden Lab, criadora desse mundo virtual. No entanto o governo norte-americano ainda não decidiu sobre a legalidade dos jogos de azar no universo virtual.

“Convidamos o FBI diversas vezes a observar o que acontece no Second Life e a expressar quaisquer preocupações que surgissem. Conhecemos pelo menos um caso em que agentes federais visitaram um cassino virtual”, disse Ginsu Yoon, até recentemente diretor jurídico da Linden Lab e hoje vice-presidente de assuntos empresariais do grupo.

O Second Life é um popular programa on-line com milhões de usuários registrados que tem economia e moeda própria. Os “linden dólares” podem ser convertidos em dólares norte-americanos.

Yoon disse que a empresa solicitou orientação quanto às atividades de jogos de azar virtuais no Second Life, mas que as autoridades norte-americanas até agora não haviam estabelecido regras para isso. O FBI e o procurador federal dos EUA para a região norte da Califórnia se recusaram a comentar.

Centenas de cassinos que oferecem jogos de pôquer, máquinas caça-níqueis e blackjack existem no Second Life. Embora seja difícil estimar a dimensão total da economia do jogo em Second Life, os três maiores cassinos de pôquer on-line estão realizando lucros de modestos US$ 1,5 mil por mês, de acordo com proprietários de cassinos e pessoas que conhecem o setor.

Off-line

A alta nas atividades de jogo do Second Life coincide com a repressão ao jogo on-line no mundo real pelo governo norte-americano, que ordenou a detenção de executivos de empresas on-line de jogos de azar cujas sedes ficam fora do território dos Estados Unidos.

A maioria dos advogados concorda que realizar apostas em linden dólares provavelmente representa violação dos estatutos norte-americanos de repressão ao jogo, que cobrem circunstâncias nas quais “algo de valor” seja apostado. Mas o grau de responsabilidade da Linden Lab sobre a prática e a probabilidade de que medidas repressivas venham a ser adotadas continuam a ser fatores desconhecidos.

O advogado especializado em tecnologia emergente do escritório Squire, Sanders & Dempsey, Brent Britton afirma que a Linden Lab pode ser potencialmente responsabilizada em acusações criminais segundo a legislação aprovada no ano passado e que se foca em companhias de cartões de crédito e outras formas de transferência eletrônica de fundos que permitem a jogatina na internet.

As regras da Linden Lab proíbem atividade ilegal. “Não é sempre claro para nós saber se uma simulação 3D de um cassino é a mesma coisa que um cassino, legalmente falando, e a questão não é clara para as autoridades com quem conversamos”, disse Yoon. E mesmo se a lei fosse clara, ele afirmou que a companhia não teria como monitorar ou impedir o jogo no Second Life.

Com informações de G1.