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Google não incluirá publicidade no Google Health

O risco é que empresas usem os dados com má-fé
O Google Health, o novo e polêmico serviço do Google que permitirá aos pacientes arquivar seu histórico médico na internet, não será financiado com publicidade, afirmou hoje o executivo-chefe do site de buscas, Eric Schmidt.

A empresa mostrou hoje os primeiros detalhes e o protótipo deste serviço, que gerou polêmica devido a seus possíveis riscos para a privacidade dos pacientes.

O Google Health, que atualmente está sendo testado por um grupo de 1.370 voluntários do hospital americano Cleveland Clinic, permite a seus usuários ter acesso direto a seu histórico médico, tramitar toda a informação sobre sua saúde e trocar opiniões com especialistas.

Os pacientes poderão, por exemplo, arquivar radiografias tiradas em diferentes centros médicos e ter acesso a elas a partir de qualquer computador do mundo, o que poderia acelerar diagnósticos e tratamentos.

O sistema ainda não está disponível ao público, mas o Google espera que esteja acessível a todos os internautas em breve. “O atual período de testes é de dois meses e funcionou excepcionalmente bem em sua primeira semana”.

Schmidt afirmou hoje que a ferramenta não terá anúncios publicitários da mesma forma que outros serviços do buscador como o Google News, mas, apesar disso, será lucrativo, porque aumentará o fluxo de usuários para outras páginas do Google.

O Google Health será um sistema aberto a outras empresas ou instituições que queiram oferecer serviços diretos para o consumidor, como tabelas de medicamentos ou lembretes para vacinas, mas insistiu em que nenhum dado será compartilhado sem o consentimento do paciente.

“Nosso modelo se baseia em que o proprietário dos dados tem o controle sobre quem pode vê-los”, disse Schmidt em uma conferência da Sociedade de Sistemas e Informação e Gestão dos Serviços de Saúde dos Estados Unidos.

Entre os possíveis parceiros do serviço no futuro estão centros médicos, mas também no varejo americanos que vendem remédios, como a cadeia Wal-Mart, mas Schmidt não especificou quais empresas colaborarão com o Google Health.

Especialistas em privacidade de dados de saúde demonstraram suas dúvidas sobre este projeto e outros similares. O Google não está só, pois dúzias de empresas oferecem serviços de gestão de dados médicos na Internet.

Bob Gellman, consultor de políticas de privacidade e informação em Washington, afirma que o serviço do Google apresenta os mesmos riscos para a privacidade dos pacientes que o de outras companhias semelhantes na rede.

“Um dos principais riscos é que estes dados privados acabem nas mãos de empresas de marketing”, disse Gellman à Agência EFE.

O consultor, que fez um estudo sobre o assunto para o Fórum Mundial da Privacidade, explicou que firmas como o Google não são necessariamente obrigadas a respeitar a HIPAA, uma lei federal que impede, entre outras coisas, que a informação médica seja utilizada com fins comerciais.

Embora estes serviços tragam vantagens para os pacientes, “pode ser também complicado para os pacientes”, opinou Gellman. “Muitos consumidores não são capazes de decidir quem pode ter acesso a seu histórico médico e quem não pode”, destacou.

Com informações de Terra.