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Governo quer parceria continental para baratear roaming

Parceria continental para baratear roaming.
O governo brasileiro está discutindo com países vizinhos a integração continental da infraestrutura de telecomunicações que traria, entre outros benefícios, a redução do roaming internacional, que é o valor cobrado pelo uso do celular no exterior, segundo o ministro das Comunicações.

“Nós queremos fazer uma integração de infraestrutura de telecomunicações na região e, dentro disso, inclusive trabalhar essa questão do roaming. Eu acho absurdo o preço que se cobra”, disse Paulo Bernardo, em entrevista exclusiva ao G1.

O ministro disse que, no final de outubro, haverá uma primeira reunião no Chile para tratar do tema. Depois, no final de novembro, ministros da área de comunicação de todos os países da América Latina devem se encontrar em Brasília para debater um acordo.

“Nós podemos fazer uma interligação de todo o continente sulamericano. Se fizermos essa ligação – por exemplo, Brasil-Colômbia, Colômbia-Chile e assim por diante –, nós fazemos também uma interligação de toda a região com os EUA e Europa.”

Segundo Bernardo, já foram feitas também conversas com todas as operadoras de telefonia celular do país para tratar da redução do roaming. A proposta de integração continental, disse ele, conta com o auxílio da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Além da possibilidade de investimento em novas ligações entre os países por meio de cabos de fibra ótica, também está sendo discutido o aluguel ou mesmo o lançamento conjunto de satélites para uso em telecomunicações. De acordo com o ministro, em algumas regiões, como a Amazônia, seria necessário o uso de satélites.

Nota 7
O ministro admitiu que os serviços de telefonia no Brasil, tanto a fixa quanto móvel, têm problemas. De acordo com Bernardo, eles se devem a “falhas regulatórias” da época da privatização do sistema.

Bernardo disse que considera o número de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor contra as empresas de telefonia compatível com o universo de clientes. E, numa escala de 0 a 10, deu nota 7 ao serviço prestado pelas empresas no país.

De acordo com o Ministério da Justiça, entre janeiro de 2009 e 30 de setembro de 2011, demandas sobre telefonia celular e telefonia fixa ocuparam, respectivamente, a 2ª e 3ª posição no ranking do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec).

“Se você somar os clientes todos desse seguimento [telefonia], deve dar quase 300 milhões de clientes, porque tem gente que tem celular, tem o fixo, tem TV a cabo, internet. Então eu acho que é compatível [o número de reclamações com o de clientes].”

“Tem problemas no nosso sistema regulatório que nós estamos tentando mudar, vamos mudar. Daqui para o primeiro semestre do ano que vem, nós vamos mudar muita coisa. Qualidade, compartilhamento de linha, regras de competição, uma série de coisas que vai provocar mudanças nesse sistema”, disse o ministro.

Com informações de G1.