A indústria de games móveis é bastante promissora. Para constatar isso, basta observar a japonesa GungHo Online Entertainment, que com apenas um jogo, teve as ações valorizadas em 10 vezes desde outubro, e já possui valor de mercado próximo ao da Nintendo.
A indústria de videogames, no geral, movimenta US$ 66 bilhões por ano, e enfrenta dificuldades, na atualidade, para desenvolver jogos que sejam atraentes para uma geração de usuários que gasta mais tempo em dispositivos móveis do que em computadores e consoles.
A maioria das empresas tem sucesso limitado, e até mesmo companhias estabelecidas vem enfrentando dificuldades. Nos últimos anos, o modelo vinha sendo o de oferecer games gratuitos, para encorajar o jogador a comprar itens e aprimoramentos com dinheiro real. Porém, o rápido declínio de empresas como a Zynga, que utilizava este modelo, serve para mostrar o desafio de conquistar novos jogadores e manter seu consumo.
– É como se todas as peças do xadrez tivessem sido jogadas para o alto e a indústria ainda não sabe como o tabuleiro vai ficar. Vemos estes foguetes que explodem na cena com um jogo casual, que é fácil de desenvolver sem investir muito dinheiro, e que ganha usuários rapidamente. Mas os usuários ficam entediados ou bravos porque não podem progredir no jogo sem gastar mais dinheiro – afirmou o diretor financeiro da produtora japonesa de jogos online Nexon, Owen Mahoney. No ano passado, a empresa comprou duas empresas para acelerar seu crescimento no mercado móvel.
Porém, buscando um diferencial, as produtoras estão buscando novas formas para terem negócios sustentáveis. A EA, por exemplo, está analisando dados, buscando acompanhar padrões de utilização e comportamento dos usuários de seus jogos casuais. Em outra esfera, a Rovio, criadora de Angry Birds, tem afirmado que 45% de sua receita vem de produtos como brinquedos e canecas.
– Todo mundo quer um manual com as melhores técnicas de aquisição de usuários. Está se tornando cada mais difícil para novos entrantes chegarem sem um grande orçamento – afirmou Doug Smith, desenvolvedor independente que lançou em abril o jogo para crianças “Chugga Bugga” na loja online da Apple e que obteve apenas 3.500 downloads.
A chegada da E3 2013 pode acirrar ainda mais o debate entre jogos de consoles versus jogos para dispositivos móveis.
A receita de jogos móveis deve crescer cerca de 38%, subindo para um total de US$ 8 bilhões em 2013, e as estimativas são que, em 2018, as receitas do setor cheguem a um total de US$ 20 bilhões.