Muitas vezes falamos sobre a recente influência da tecnologia em diversos setores, indo das compras que podemos fazer online agora até o pouso da sonda em um cometa. Mas quase nunca mencionamos a educação, onde a transformação pode ser ainda maior.
Muitos professores e escolas vêm tentando mudar seus métodos de ensino e estudo utilizados no dia a dia para tentar acompanhar esse mundo cada vez mais tecnológico em que vivemos. Afinal, como prender a atenção de estudantes em uma sala de aula com apenas um quadro e caderno, com alunos cada vez mais adaptados a utilizar iPads e dispositivos inteligentes?
Para Lucas Longo, CEO do Instituto iaí?, alunos não só encontram o material didático na internet, como também têm à disposição diferentes fontes e pontos de vista que se contrapõem ao que é ensinado em sala de aula: “Sabe aquela história de já chegar ao médico com um pré-diagnostico encontrado no Google? O mesmo vem acontecendo em sala de aula”, explica Longo.
Sem contar a quantidade de livros, produtos e conteúdo em geral que está disponível no universo online, onde diversos adolescentes aprendem por conta própria o que lhes interessa a partir de tutoriais, vídeos e apostilas.
A combinação do aprendizado e comodidade a alunos que querem aprender sem sair de casa vem crescendo cada vez mais e hoje pode até ser chamada de sala de aula invertida. “Penso que a “sala de aula invertida” se popularizará nos próximos anos”, prevê o executivo.
O termo pode ser definido como um ensino à distância aliado a um contato mais próximo com o professor, onde alunos podem ir às aulas apenas uma vez por semana, por exemplo, como algumas faculdades já fazem por aqui. O seu diferencial é que na verdade, ele não é tão distante quanto os tradicionais cursos online: “A diferença é que a “sala de aula invertida” oferece um estudo mais consciente, onde o aluno tem mais contato com os professores e realiza trabalhos mais periódicos de avaliação”, explica Longo.
É por isso que algumas escolas estão adotando a “sala de aula invertida”, principalmente devido a maior procura de estudantes que não têm mais tempo de ir às escolas, seja pelo horário de trabalho, pela vida movimentada ou simplesmente por não terem o desejo de ir e voltar por longos trajetos todos os dia, mas ainda assim procuram por um ensino de qualidade.
“Neste contexto, nada melhor do que as escolas se adaptarem e desenvolverem materiais cada vez mais completos e instrutivos, que facilitem os estudos assim como os tutoriais encontrados na internet”, aponta Longo.
Mas é importante também que os materiais sejam desenvolvidos pensando no novo perfil de estudante, que é mais dinâmico, questionador e tem a internet como seu aliado. E que os professores entendam essa mudança e sejam mais receptivos, entendo que os jovens estão se tornando cada vez mais autônomos.
Para o CEO do iaí?, a educação é um processo essencial a todos e merece uma atenção extra nos próximos anos: “Temos jovens cada vez mais interessados em recursos mobile e em programação, e, para aumentar o leque de opções no mercado de trabalho, esse tipo de conteúdo terá que ser inserido em suas formações muito em breve”.
“Temos que aceitar que as mudanças estão sempre acontecendo e nos ajustar a elas”, finaliza Longo.