Um membro do grupo LulSec diz que o grupo não está acabando por conta da pressão do FBI ou de hackers rivais. “Não estamos parando porque tememos o rigor da lei“, disse à Associated Press um dos membros do grupo em entrevista via Skype. “A imprensa está ficando entediada conosco e nós estamos entediados com nós mesmos“, explicou.
As ações do grupo incluem ataques a servidores de agências de inteligência policial e a divulgação de dados confidenciais. O LulzSec afirmou ainda que teve como alvo a Sony e outras empresas de entretenimento, organizações parceiras do FBI e da CIA além do Senado dos EUA e um site de pornografia. Inesperadamente, o coletivo hacker disse no sábado que estava terminando suas operações.
Em entrevista neste domingo, o hacker admitiu que parte do material divulgado online por grupos rivais é legítimo. Os arquivos têm como objetivo revelar apelidos, histórico de conversas e logs de bate-papo. Algo que, segundo ele, está comprovado ser “uma fragilidade”.
O integrante do LulzSec acrescentou que três ou quatro membros do grupo estavam “sem ar” e que estava considerando desistir completamente dos ciberataques. “Talvez eu pare com esta coisa de hacking completamente. Ainda não decidi“, revelou.
Ele afirmou que não poderia falar de decisões de longo prazo por outros integrantes, mas admitiu que é possível que alguns dos membros continuem envolvidos com o Anonymous, um grupo maior e mais ramificado que tem como alvo a Igreja da Cientologia, governos radicais no Oriente Médio, a indústria da música e outros.
O hacker disse que o grupo de seis membros ainda possui uma quantidade considerável de arquivos roubados da polícia. “Posso assegurar que, neste momento, eles estão sentados sobre um monte de dados“, afirmou.
Apesar do hacker não querer se identificar publicamente, ele garantiu que a sua associação com o Lulz Security é verdadeira, postando uma mensagem que alimentou o perfil do grupo no Twitter quando solicitado pela Associated Press.
O LulzSec anunciou o fim das suas atividades neste sábado por meio do Twitter. A declaração não revelou nenhum motivo específico para o fim o grupo. Um dos integrantes havia sido entrevistado pela Associated Press na sexta-feira e não deu nenhum sinal de que o trabalho estava terminando.
Mitnick
Kevin Mitnick, hacker famoso que abandonou os ataques e hoje é um consultor em cibersegurança, disse que o grupo deve ter decidido encerrar os ataques poque, se mantivesse as atividades por mais tempo maior, seria a probabilidade de algum membro deixar rastros que facilitariam a captura deles. “Neste momento, eles podem sentar, olhar o que fizeram e não há risco de serem capturados“, afirmou Mitnick.
Durante a entrevista de sexta, o membro do LulzSec disse que tinha pelo menos 5 Gb de dados de governos pelo mundo, que devem ser revelados nas próximas três semanas. A liberação dos arquivos no sábado foi de menos de 10% do total.
Em uma estratégia incomum para um grupo hacker, o LulzSec tem procurado publicidade, realizou uma conversa com o público por meio da sua conta no Twitter e disse que ninguém poderia parar o “Lulz”.
Com informações de Terra.