Com bastante frequência, a internet vai longe demais e o que era para ser algo engraçado acaba se tornando um incômodo, quando não é prejudicial: esse último é o caso do “meme do Harambe”.
A internet não perdoa, a internet não esquece e a última vítima é o próprio zoológico de Cincinnati, que está pagando um preço alto demais por uma piada que perdeu a graça.
Para quem não se lembra, Harambe era o nome de um gorila que vivia no zoológico de Cincinnati que precisou ser sacrificado a tiros depois que uma criança caiu dentro do seu cercado em 28 de Maio. Para evitar que o animal, extremamente territorialista, ferisse o menino de apenas 4 anos, um funcionário disparou um rifle para salvar a criança. O vídeo da morte de Harambe foi postado na internet, onde conseguiu mais de 10 milhões de visualizações e 40 mil comentários em apenas 48 horas.
Foi o início de um meme motivado pelo ultraje, onde os pais da criança foram considerados culpados por negligência, onde o zoológico foi atacado por excesso de zelo e o gorila foi “homenageado” em diversas ocasiões. Infelizmente, também foi o mote para uma série de piadas de cunho racista e uma campanha de assédio contra toda a administração do zoológico.
Thane Maynard, diretor do zoo, teve sua conta de Twitter invadida durante o final de semana e foram postadas mensagens de “apoio” a Harambe em seu nome, com palavras de baixo calão. A conta oficial do Twitter do zoológico de Cincinnati foi constantemente bombardeada durante meses com piadas referentes ao incidente, ao ponto da administração resolver suspender a conta. Para Maynard, a situação é insustentável.
“Nós não estamos apreciando os memes, petições e gestos a respeito de Harambe. Nossa família do zoológico ainda está se restabelecendo, e a constante menção de Harambe está fazendo com que seguir em frente seja mais difícil para nós. Nós estamos honrando Harambe redobrando nossos esforços para a preservação dos gorilas e encorajando outros para que se juntem a nós”, declarou o diretor em um comunicado enviado à imprensa.
