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Pesquisa da Firjan afirma que Brasil está muito atrasado no mercado de banda larga corporativa

Ministro das Comunicações estee presente no seminário realizado ontem, na Firjan
Ministro das Comunicações estee presente no seminário realizado ontem, na Firjan

Uma pesquisa divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que o Brasil está muito atrasado nos quesitos cobertura e qualidade de banda larga para o mercado corporativo. O estudo foi divulgado ontem, durante o seminário “Os serviços de telecom e a competitividade empresarial”, realizado ontem.

Por mais que o preço médio de cada 1 MBps tenha caído (de aproximadamente R$ 71 em 2011, para R$ 48,55 atualmente), a pesquisa da Firjan mostra que a maior parte das empresas brasileiras tem velocidade de internet inferior a 10 MBps.

A expectativa do mercado corporativo é que, em 2014, a cobertura de 1 MBps para micro e pequenas empresas seja universalizada. As médias e grandes empresas não estariam contempladas, e o país não possui um plano para além desse horizonte.

Segundo o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, Cristiano Prado, a Argentina já prevê um plano mais arrojado para 2016, onde cerca de 80% de suas empresas contarão com acesso a 50 MBps.

Apenas para se ter uma ideia, em locais como EUA, Finlândia e Alemanha, os planos são para que haja conexões de pelo menos 50 MBps disponíveis para a maior parte das empresas a médio prazo. Em relação aos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a Índia prevê a universalização da cobertura de 10 Mbps para empresas nas grandes cidades em 2014 e a China o acesso a 20 Mbps para 50% das empresas em 2015. Isso sem falar dos 1 GBps almejados pelo Japão e já implantados pela Coréia do Sul.

De acordo com a pesquisa, o Brasil se mostra como o local com a menor ambição, se comparado aos demais países, com a velocidade de 1 MB por segundo.

– O que se pergunta é: nossa ambição é compatível com o espaço que o Brasil gostaria de ter na competição mundial? – questiona Prado.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, esteve presente no evento, e afirmou que não existem metas de velocidade ou de atendimento da internet de banda larga para as empresas brasileiras, mas que está aberto a diálogos. De acordo com ele, as metas definidas no PNBL são referentes apenas ao uso domiciliar de internet.

Cristiano Prado afirmou que ainda que o setor empresarial consiga atingir 1 MBps, a velocidade ainda seria bastante inferior a oferecida nos outros países. Ele disse que compreende as dificuldades existentes no fato de o Brasil ser um país geograficamente grande, mas é necessário ter metas pelo menos para melhorar os acessos nos grandes núcleos urbanos e principais estados, e ir gradativamente construindo a rede. Mas, acima de tudo, o assunto precisa estar constantemente em pauta no país.

– O setor empresarial precisa estar dentro das prioridades no governo no que diz respeito à banda larga. Esse é um fator de competitividade tão importante hoje como é a energia elétrica e o gás para as empresas. Significa que uma empresa com um acesso melhor à internet consegue fazer mais coisas, mais rápido e em menos tempo do que uma empresa aqui no Brasil – afirmou o executivo.

Prado ainda defendeu seja criada uma regulamentação para incentivar o setor privado, com apoio do setor público, de forma que essas velocidades sejam oferecidas sem desrespeitar as normas de qualidade.