Red Hat anunciou na quarta-feira que tornou disponíveis para a comunidade de código aberto ferramentas de desenvolvimento próprio para que empresas envolvidas na programação de aplicativos abertos certifiquem sua integração com distribuições Linux da empresa.
Em seu keynote durante o Red Hat Summit, em Nashville, o presidente da Red Hat Matthew Szulik também anunciou uma nova comunidade online para desenvolvedores de código aberto que estão buscando por colaboradores assim como por ajuda de engenheiros da própria empresa.
A companhia disse que o serviço, chamado de 108, é similar ao site MSDN, da Microsoft, voltado para desenvolvedores Windows. Mesmo que catalogue códigos e projetos em código livre, o 108 não competirá com o SourceForge, de acordo com Todd Barr, diretor de marketing corporativo.
“O Sourceforge é puramente um repositório para códigos de código aberto e um lugar para procurar por projetos menores”, Barr disse. “Já o 108 não é simplesmente um lugar para armazenar projetos, mas sim encontrar o ponto de vista da Red Hat sobre várias questões. Não queremos sufocar nada que já esteja funcionando, mas apenas complementar”.
A Red Hat disse que também está desenvolvendo uma página de entretenimento de código aberto que permite que usuários facilmente compartilhem suas preferência de leitura e música com outros participantes da comunidade.
Disponível ainda em beta para Windows e Linux, o Mugshot permite que usuários compartilhem suas informações pessoais das redes MySpace ou Xanga Web, os blogs que lêem ou as músicas que escutam para outros usuários em tempo real.
A função Linkswarm, por exemplo, enumera quantas pessoas clicaram em determinado link, para que pessoas possam percerber o quão popular é sua página. Já o Music Radar registra as músicas escutadas pelo usuário em seu PC e monta listas de gosto pessoal, no mesmo sistema usado pelo serviço online Last.Fm.
“Esta é uma espécie de interação social online que não está disponível em navegadores atualmente”, disse Donald Fisher, diretor de produtos da Red Hat.
A Red Hat também está desenvolvendo uma função semelhante para vídeos, o que colocaria a empresa como potencial concorrente para serviços de Yahoo, Google e YouTube.
A respeito do projeto One Laptop per Child, focada em crianças de países em desenvolvimento e com a participação da Red Hat, a companhia declarou que está progredindo em diminuir o sistema Linux, do 1,3 GB usual, para rodar nas configurações limitadas do equipamento, com pretendidos 130 MB.
Segundo o diretor de engenharia Chris Blizzard, o sistema deverá ter aplicações básicas como suíte de e-mails, o navegador Gecko, software para criação e gerenciamento de documentos e aplicativos VoIP.
Com a diminuição, usuários dos equipamentos terão à disposição cerca de 350 MB de espaço livre para guardar documentos, já que o projeto OLPC pretende integrar a cada notebook 500 MB de memória flash, segundo Blizzard, que se tornou chefe do programador brasileiro Marcelo Tosatti.
Para prevenir danos de poeira ou água, o teclado e as três portas USB do equipamento serão seladas, o que é possível já que o processador gerará pouco calor, segundo ele.
Mesmo que a Red Hat tenha declarado que espera lucrar quando escolas e governos que compraram os laptops educacionais adquiram também servidores com o Red Hat Enterprise Linux instalado, Blizzard revelou que o objetivo do projeto é fazer com que o notebook funcione bem sem seu time de suporte.
“Queremos que estes laptops sejam gerenciáveis sem seus desenvolvedores”, disse ele.
Com informações de IDGNOW.