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Sequestradores brasileiros exigiram pagamento em moeda virtual

Parece ficção-científica, mas aconteceu mesmo  e poderia ter terminado em tragédia: criminosos sequestraram a mulher de um empresário e exigiram pagamento em moeda virtual.

A vítima foi abordada pelos criminosos na quarta-feira da semana passada (26) depois de ter deixado a filha no colégio em Florianópolis, Santa Catarina e foi mantida em cativeiro por quatro dias.

O caso terminou após uma investigação da polícia que levou à libertação da refém, que estava presa em uma casa em Cangaíba, bairro da Zona Leste de São Paulo. Durante o sequestro, os criminosos chegaram a exigir o equivalente a 115 milhões de reais em criptomoedas, aparentemente sem ter a noção exata do valor das moedas virtuais que estavam sendo negociadas:”nós não ‘quer’ p*** de reais, não. Nós ‘quer’ nas moedas… nas criptomoedas, entendeu? Nós ‘quer’ receber em criptomoeda”, afirmou um dos membros da quadrilha.

O crime é inédito no mundo todo e chama a atenção pelo uso das moedas virtuais como objeto de troca. O empresário Rocelo Lopes, marido da vítima cuja identidade foi preservada pela polícia, é proprietário da CoinBr, a maior operadora de criptomoedas da América Latina, o que pode ter despertado o interesse dos sequestradores. Ele contou à imprensa que o valor inicialmente pedido pelos bandidos era maior do que todo o volume negociado de moedas virtuais no Brasil em um mês. No primeiro telefonema, Lopes chegou a pensar que seria um trote.

Após vários contatos, a quadrilha reduziu o valor do resgate para o equivalente a R$5 milhões, que não chegaram a ser transferidos. Com o apoio de policiais paulistanos, uma equipe da polícia civil de Santa Catarina descobriu o local onde a esposa do empresário era mantida como refém e a libertou no último Sábado (29).

De acordo com a família, a vítima passa bem e não sofreu maus tratos no cativeiro. Os principais responsáveis pelo sequestro não foram localizados até o momento, mas a polícia prendeu um suspeito que alega ter sido contratado somente para tomar conta da casa.