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Softwares para televisão on-line travam disputa acirrada

A disputa pela audiência televisiva na internet esquentou neste ano. Em 2007, quatro das mais importantes plataformas de vídeos on-line mostraram com que armas pretendem ganhar o público. Todas elas demandam fazer download do programa, ou seja, diferem-se de portais de vídeo porque não são baseadas no navegador.

Joost
O software de TV pela internet dos mesmos criadores do Skype e do Kazaa, o Joost (www.joost.com), ficou disponível para quem solicitar um convite no site; antes, o acesso era mais restrito.

O Joost tenta convencer os produtores audiovisuais de que lá seu conteúdo é protegido. E diz aos usuários que não é preciso guardar os programas no disco rígido. Eles estão sempre disponíveis por streaming, a transmissão direta da internet, com qualidade de DVD.

Outro ponto forte do programa são as ferramentas sociais, como chat e classificação do conteúdo pelos usuários. Em breve, os próprios internautas vão poder criar suas ferramentas para interagir com o Joost.

Vuze
O antigo Zudeo, da produtora do programa de troca de arquivos Azureus, virou Vuze (www.azureus.com) neste ano e conquistou 6 milhões de usuários em seis meses. O internauta precisa baixar o conteúdo para o disco, por meio de uma rede P2P.

Além de funcionar como loja e locadora de vídeos -mas não para o Brasil-, o site ostenta conteúdo em alta definição. A maioria do que for gratuito, e são centenas de opções, pode ser baixado pelos brasileiros.

Babelgum
Com funções semelhantes às do Joost, mas com mais flexibilidade para os produtores, existe o Babelgum (www.babelgum.com).

O cartão de visitas do Babelgum é o diretor de cinema norte-americano Spike Lee. Ele é patrono de um festival de vídeos que vai premiar, em diversas categorias, produções do mundo inteiro.

Joe Bateman, diretor do festival do Reino Unido Rushes Soho Shorts e um dos jurados do Babelgum, disse à Folha que espera muitas surpresas, em especial na categoria documentários. “Gente do mundo todo pode entrar; o material só tem que ser em inglês ou legendado”, lembrou.

Miro
Por último, o mais antigo dos quatro. O outrora Democracy virou Miro (www.getmiro.com), quando abandonou a fase de testes, neste ano. Criado por uma fundação sem fins lucrativos, o programa é em código aberto.

Destaca-se pela flexibilidade para lidar com a variedade de arquivos de vídeo que circulam pela internet e por não ter uma programação centralizada.

Os produtores de vídeo podem inscrever um canal para ser encontrado pelo Miro usando uma plataforma de distribuição da mesma fundação. É possível até tornar o YouTube compatível com o soft, que possui uma grade extensa de filmes em alta definição.

Confira dicas sobre os softwares:

Joost
Para usar: faça o download do software e crie uma conta gratuita. A programação vem por streaming –não fica armazenada no micro
Conteúdo: lembra o da televisão paga convencional
Interface: possui ferramentas sociais, como bate-papo com outros espectadores do mesmo programa
É bom: o Joost é a grande promessa das televisões na internet: seus pais são os mesmos criadores do programa de telefonia on-line Skype
É ruim: exige muito da conexão para o vídeo não ficar soluçando. Alguns canais não estão disponíveis para o Brasil

Vuze
Para usar: é preciso fazer o download do software; o conteúdo é baixado e armazenado no seu disco rígido. Dá para usá-lo sem cadastro. Cadastrado, o internauta ganha mais opções
*Conteúdo: o destaque é o cardápio em alta definição, bastante amplo. Também busca por músicas e games
Interface: confusa e cheia de opções inúteis, o programa possui muitas telinhas, botõezinhos etc. o que deixa seu monitor poluído
É bom: enfrentando a confusão da tela, a classificação pelos usuários aliada a suas notas para o conteúdo cria um sistema de recomendação de novidades útil. Além disso, é um cliente P2P extremamente rápido
É ruim: veja o que tem para alugar e comprar e passe vontade. Brasileiros estão fora da brincadeira

Miro
Para usar: é só baixar o software no site e instalá-lo, não precisa de cadastro. O programa vem configurado para sair baixando conteúdo, portanto escolha rápido o que você deseja
Conteúdo: não possui canais exclusivos, é um agregador de TV. Os programas vão desde canais do YouTube até produções profissionais.
Interface: tem muitos recursos para administrar os vídeos, mas é preciso um bom tempo para conhecer todos. Demora um pouco para navegar entre as opções
É bom: em código aberto, tem uma extensa lista de canais, além de encontrar e administrar os vídeos do seu computador.
É ruim: quando o Miro é usado para baixar arquivos torrent comuns, é fácil perder dados no meio do caminho

Babelgum
Para usar: é preciso baixar o programa, que tem um limite diário de distribuição; é necessário se cadastrar
Conteúdo: Incentiva o produtor independente, com um sistema de divisão dos lucros publicitários. A lista de canais disponíveis já é grande
Interface: lembra muito a do Joost, mas com detalhes em verde
É bom: incentivos para que estudantes mandem seus filmes, com exigências de qualidade
É ruim: exige muita velocidade na conexão

Com informações de Folha Online.