Que o ISIS se utiliza das redes sociais para disseminar seu discurso de ódio e recrutar novos membros, todo mundo já sabia. Mas na noite de segunda-feira, essa característica ganhou contornos trágicos e surreais.
Um suspeito de terrorismo com ligações com o grupo radical transmitiu parte do cerco a uma residência através do Facebook Live e mostrou fotos de suas duas vítimas fatais na rede social.
Larossi Abballa, de 25 anos, assassinou um comandante de polícia à facadas em frente de sua própria casa e transformou a esposa dele e o filho de três anos em reféns durante um cerco que durou horas. Quando as autoridades policiais invadiram a residência, a esposa do comandante, que também era policial, já estava morta e o terrorista foi morto durante o confronto. A criança foi a única sobrevivente da tragédia.
Um jornalista francês, investigando o caso, descobriu que Abballa chegou a transmitir mais de 13 minutos do cerco através do Facebook Live. Durante o vídeo, ele jurou aliança ao ISIS, exibiu os corpos das duas vítimas e revelou ainda estar indeciso sobre o que faria com a criança. O terrorista também publicou fotos do seu ataque em seu perfil na rede social.
Abbala foi além e conclamou outros radicais islâmicos a copiarem seus atos e assassinarem policiais, jornalistas e rappers, citando, inclusive, alguns pelo nome. Na transmissão, Abbala afirmou que a Eurocopa, evento esportivo de futebol que acontece agora na França, “seria um cemitério”.
O Facebook suspendeu imediatamente duas contas ligadas a Larossi Abballa, após a denúncia do jornalista.
