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Vale do Silício se une contra nova decisão de Donald Trump

Mais uma vez, líderes das principais empresas do Vale do Silício levantam a voz contra outra decisão polêmica do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

O Republicano anunciou a anulação da DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals, no original), uma lei criada no governo Obama que beneficiava filhos de imigrantes ilegais residentes no país.

A regra permitia que crianças trazidas ilegalmente para os Estados Unidos tivessem o direito de ter uma chance de estudarem e trabalharem legalmente, sem o risco de serem deportadas. Essa espécie de perdão chegou a beneficiar cerca de 800.000 pessoas que viviam em condição irregular e concedeu a eles o apelido de “Dreamers”, ou “Sonhadores”, em Português, por sua esperança de conseguirem a oportunidade de se tornarem cidadãos norte-americanos.

A suspensão da DACA pode significar risco de deportação imediata de um grande contingente de pessoas, mas faz parte da estratégia de Donald Trump para reduzir o volume de imigrantes existentes no país e que foi um dos temas de sua campanha presidencial. Entretanto, para muitos, os beneficiados pela DACA não chegaram aos Estados Unidos por vontade própria e, portanto, não podem ser mandados de volta para países que muitos nem mesmo reconhecem mais.

Um coletivo de cerca de 300 executivos de empresas de tecnologia, incluindo nomes como Tim Cook, Jeff Bezos e Sundar Pichai, assinou uma carta aberta condenando a decisão do Presidente. “Todos os beneficiados pelo DACA cresceram na América, se registraram com nosso governo, foram submetidos a extensivas checagens de antecedentes e estão empenhados em dar retorno para nossas comunidades e pagar seus impostos”, informa a carta. “Dreamers são vitais para o futuro de nossas empresas e nossa economia. Com eles, nós crescemos e criamos empregos”, conclui o texto.

Além de ser signatário da carta aberta, o CEO da Apple também usou sua conta no Twitter para se posicionar ao lado dos 250 funcionários da Apple que trabalham na empresa sob o teto da DACA: “eles merecem nosso respeito como iguais e uma solução enraizada nos valores americanos”.

Até mesmo Laurene Powell Jobs, viúva de Steve Jobs, normalmente avessa a aparições públicas, se manifestou a favor dos Dreamers:

 


Satya Nadella, CEO da Microsoft, ele mesmo um imigrante vindo da Índia, também argumentou pela manutenção da DACA em uma postagem no Linkedin. Ele lembrou de suas origens e deixou clara a posição de sua empresa: “nós nos importamos profundamente com os Dreamers que trabalham na Microsoft e apoiamos eles totalmente. Nós sempre iremos apoiar a diversidade e a oportunidade econômica para todos. Esse é o cerne de quem nós somos na Microsoft e eu acredito que esse seja o cerne do que a América é”.

Mark Zuckerberg também se posicionou: “eu fico com os sonhadores — Os jovens trazidos para o nosso país pelos seus pais. Muitos viveram aqui desde que se lembram. Os sonhadores têm um amor especial por este país, porque eles não podem viver aqui como garantido. Eles compreendem todas as oportunidades que têm e não querem nada mais do que a oportunidade de servir o seu país e a sua comunidade. E os sonhadores merecem essa oportunidade”.

Jack Dorsey, CEO do Twitter, juntou-se ao coro através de sua rede social: “completamente desnecessário e cruel. Encerrar a é um golpe esmagador naqueles que desejam contribuir para nosso futuro”. Dara Khosrowshahi, o novo CEO do Uber, de origem iraniana, encarou com sobriedade sua primeira polêmica à frente da empresa: “é contra nossos valores virar as costas aos . Todos merecem uma chance de trabalhar, estudar e contribuir para o sonho americano”.