Uma nova funcionalidade do Windows 10 irá bloquear a instalação de qualquer programa ou aplicativo que não tenha vindo da Windows Store.
O recurso polêmico já está disponível na versão mais recente para testadores do programa Windows Insider e deverá ser incluído junto com a atualização Creators Update em breve.
O mecanismo de bloqueio vem desativado por padrão no sistema operacional, mas pode ser utilizado por usuários administradores que desejam limitar a instalação de programas não-autorizados nas máquinas de familiares ou funcionários. Existem atualmente dois níveis de bloqueio: o primeiro impede por completo a instalação de aplicativos win32 e outro nível que apenas alerta o usuário que o software que ele está instalando pode ser inseguro, mas permite que ele tome a decisão de instalar assim mesmo.
A proposta de se criar um ecossistema fechado dentro do Windows é muito similar àquela já adotada pela Apple e no ambiente Android. Por enquanto, o bloqueio é opcional, mas nada impede que futuras versões do Windows não implementem o recurso por padrão, alegando razões de segurança ou estabilidade no sistema.
A ação causou uma reação de diversos desenvolvedores que temem que a Microsoft possa estar assumindo uma postura restritiva demais em uma plataforma que sempre foi hospitaleira para programas e aplicativos das mais diversas origens. O crítico mais ferrenho da novidade é Tim Sweeney, fundador da desenvolvedora de jogos Epic Games e recentemente condecorado com um prêmio pelo conjunto de sua carreira no último Game Developers Conference.
Não é a primeira vez que Sweeney se posiciona contra a Windows Store, mas a nova funcionalidade foi acusada pelo desenvolvedor de ser “anti-competitiva” e “anti-usuário”:
Here's Microsoft's astroturf network spinning their increasingly anti-competitive, anti-user store practices as "protecting users". https://t.co/VW13xBXpq0
— Tim Sweeney (@TimSweeneyEpic) 26 de fevereiro de 2017