Categorias

Yahoo explica como abertura do buscador afetará Brasil

Novidades da busca do Yahoo
A mudança radical de postura do Yahoo quanto à busca tem um claro objetivo: aumentar a relevância dos resultados de forma a fazer com que a base de usuários cresça da mesma maneira. Concomitantemente, a receita de publicidade vai atrás.

Nosso objetivo primário é oferecer uma plataforma onde o usuário tenha resultados para buscas mais precisos e que anunciantes possam reproduzir propagandas para o público especifico”, apressa-se o brasileiro Cris Pierry, gerente geral de buscas do Yahoo, em São Francisco (EUA), em entrevista ao IDG Now!.

Junto ao diretor de gerenciamento de produto do Yahoo Search, Ariel Seidman, Pierry falou ao IDG Now! sobre as principais mudanças que a empresa espera que abertura da busca tenha no setor, amplamente dominado pelo rival Google, além de novidades quanto à integração dos projetos no Brasil.

Qual é o cronograma do Yahoo OpenSearch nas próximas semanas?
Cris Pierry – Entre maio e junho, veremos todo o potencial da Search Monkey no mercado. Oferecemos para desenvolvedores e todos os outros na última semana e, logo, lançaremos nossa galeria de aplicações, que usuários poderão experimentar.
Veremos pelo tempo também alguns destes aplicativos integrados na busca. Busca é a posse mais valiosa na internet. Estamos abrindo esta experiência para desenvolvedores e permitindo que eles se beneficiem do tráfego de qualidade gerado por nossos usuários.
Na perspectiva do usuário, o Search Monkey oferecerá uma amostra da riqueza de informações que você tem no seu site, encorajando-o a entrar e explorar esta informação mais a fundo.

Como estas aplicações serão integradas na busca do Yahoo?
CP- Não existem downloads, você apenas escolhe quais aplicações vai usar na sua busca.
Basicamente, o resultado tradicional traz texto com um link de maneira estruturada. Em um exemplo com o Search Monkey, o usuário poderá habilitar aplicações que substituem o tradicional texto por conteúdos muito mais relevantes, como imagens e metadados.
Se eu sou um usuário, posso escolher por alguns destes aplicativos. Como Publisher, você pode integrar estas aplicações para o usuário da sua busca, aumentando a relação que ele terá com sua marca.
Se você usa o LinkedIn, pode definir que, sempre que buscar o nome de algum profissional, verá nos resultados, além dos links e textos, informações adicionais, como fotos, histórico escolar ou profissões, por exemplo.

Que tipo de aplicações vocês esperam que sejam mais populares neste novo modelo?
Ariel Seidman – Depende muito do perfil do usuário que faz a busca. Depende do gênero, da idade ou qualquer outro parâmetro demográfico.
Gerações mais novas provavelmente vão procurar informações sobre entretenimento e esportes. Pessoas como eu vão atrás de informações financeiros e dados profissionais. Queremos otimizar a experiência de busca sem se basear na idade.
Com o tempo, enquanto desenvolvemos um conjunto robusto e único de aplicações, poderemos entender como as pessoas as usam e poderemos indicar os principais perfis de uso.

O Search Monkey já está disponível para desenvolvedores brasileiros?
CP – Brasileiros já podem experimentar e testar o Search Monkey pelo Yahoo internacional. Usuários do Yahoo Busca e do Yahoo Cadê poderão experimentar os resultados diferenciados de busca no próximo trimestre.

De que forma os serviços próprios do Yahoo, como del.icio.us, Respostas e Flickr, serão integrados ao OpenSearch?
AS – O Search Monkey permitiu que eles decidissem como seria a integração e, evidentemente, trabalhamos juntos e demos exemplos de como poderá ser feita essa integração. Mas o poder do Search Monkey é deixar que o Publisher decida como vai querer que suas informações sejam apresentadas.
No geral, porém,serviços como Local e Respostas foram tratados como qualquer outro desenvolvedor externo. Demos nosso kit de desenvolvimento, sem qualquer benefício adicional. Estamos nivelando todos os desenvolvedores do projeto.

Uma das discussões online sobre a abertura que o Yahoo está promovendo na sua busca é sobre uma suposta permissão da empresa para que desenvolvedores mexam no algoritmo de busca. Isto está nos planos?
CP – No geral, estamos inclinados a abrir o algoritmo de busca como extensão (do projeto) para desenvolvedores externos. Mas agora não temos qualquer tipo de anúncio oficial sobre esta possibilidade.

O Yahoo começou a oferecer sua busca integrada, chamada de Glue Seach, na Índia durante as últimas semanas. Há planos para expandir a ferramenta a outros mercados?
AS – É um experimento novo que estamos testando no mercado indiano e vamos continuar a entender quais são as implicâncias dele para os usuários – indianos, no caso – e quais são suas conseqüências em outros países onde o Yahoo atua. Não temos nenhum anúncio oficial agora.
CP – O que veremos no próximo ano é um conjunto de diversas das atitudes inovadoras do Yahoo em buscas pelo mundo. Nos próximos trimestres, veremos muitas dessas idéias sendo testadas entre usuários na Austrália, Índia, Brasil e em outros países.
Queremos saber como podemos experimentar e inovar em buscas. Um desafio é entender qual a melhor experiência para cada mercado – devemos apostar em um modelo global ou em um para cada país? Haverá muitas (novas tecnologias) que lançaremos para testar e terão sucesso e outras que não, que deverão ser esquecidas.
AS – Estamos nos tornando mais agressivos nestas apostas. Algumas delas já estão no ar, inclusive no Brasil, com a integração de notícias do Yahoo Notícias, vídeos (de serviços como YouTube) que podem ser vistos dentro da página de resultados e de conteúdo do Yahoo Respostas.

Como o Yahoo pretende monetizar esta mudança radical de postura quanto à busca?
Se pudermos oferecer uma experiência de busca diferenciada e os usuários começarem a falar sobre isto com seus amigos, é provável que a consulta geral ao serviço aumente e, com isto, a qualidade dos termos procurados aumente com o tempo.
A monetização poderá ser feita, então, pelo Yahoo Search Marketing que poderá integrar anúncios resultantes no topo disso tudo, garantindo que a propaganda seja ainda mais relevante.

Com informações de IDG Now.