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12 Fatos estranhos (mas verdadeiros) sobre o mundo da tecnologia

O mundo da tecnologia, como todo mundo na vida, é cercado de lendas e anedotas. Quem nunca ouviu falar que Bill Gates iria enviar dinheiro se você repassasse uma corrente, ou que o carro do Google Maps atropelou um burro? Que a Samsung pagou uma multa milionária para a Apple… com moedas de centavos?

E tem aquela que diz que copiando e colando um texto no Facebook é possível reverter o Contrato de Uso com que todos os usuários concordaram no momento de criarem suas contas…

É tudo lorota. Mas esses 12 fatos estranhos do mundo da tecnologia reunidos aqui são todos reais!

Uma atriz de Hollywood ajudou a inventar o Wi-Fi

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É uma história que a gente já contou por aqui, mas é boa demais (e autêntica) para não repetir. Hedy Lamarr foi uma beldade da Era de Ouro de Hollywood, participou de muitos filmes e foi escolhida como uma das musas que inspirariam as tropas americanas durante a Segunda Grande Guerra. Mas ela também era um gênio matemático, com uma memória prodigiosa e aprendeu muito sobre sistemas de armas ouvindo conversas de seu primeiro marido, um industrial nazista.

Fugindo para a América, ingressou na carreira de atriz, mas foi com a ajuda do músico George Antheil que ela escreveu seu lugar na História da tecnologia. Juntos, a dupla patenteou um sistema que permita que sinais de rádio enviados para torpedos pulassem de frequência em frequência para evitar serem embaralhados pelo inimigo. Ironicamente, a Marinha ignorou a ideia, engavetou e só tirou de lá durante a Crise dos Mísseis em Cuba, vinte anos depois. A patente de Lamarr e Antheil foi a base de diversos padrões de telecomunicações e, sem ela, não haveria celulares ou Wi-Fi hoje em dia.

O primeiro Doutorado em Ciência da Computação foi obtido por uma freira

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Ainda sobre mulheres poderosas e inusitadas da tecnologia, Mary Kenneth Keller com certeza garante seu posto. A freira da ordem das Sisters of Charity of the Blessed Virgin Mary conquistou o primeiro Doutorado em Ciência da Computação emitido por uma universidade. E não foi por menos: enquanto estudante de graduação, ela ajudou a desenvolver nada menos que o BASIC. E, em 1965, atingiu o título de Ph.D do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Wisconsin, com a tese Inferência indutiva em padrões gerados por computador.

Keller foi a Diretora do Departamento de Computação da Universidade de Clarke, no Iowa, por vinte anos e uma das mais fortes defensoras do ensino da matéria para mulheres e na educação de crianças.

Uma assassina pode estar à solta por causa do Internet Explorer

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Casey Anthony é um caso à parte. Em 2011, seu julgamento chocou e comoveu a opinião pública americana: ela foi acusada de assassinar e ocultar o cadáver de sua própria filha de dois anos, Caylee Anthony. Alegando inocência, ela ofereceu diferentes versões para a morte da filha e foi julgada livre de todas as acusações pelo júri.

Depois do resultado definitivo da corte, o próprio advogado de defesa revelou um erro primário dos investigadores. A polícia havia compilado e analisado todo o seu histórico de navegação antes do crime sem encontrar nenhuma pista relevante. A acusação e os investigadores rastrearam somente as informações do Internet Explorer, mas o advogado de defesa admitiu que Casey era usuária do Firefox e que termos como “sufocação” e “envenenamento” faziam parte do histórico de buscas, mas não foram utilizados durante o julgamento.

Um erro de programação pode ter provocado várias mortes durante a I Guerra do Golfo

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Vinte e oito soldados americanos morreram em 1991 em virtude de um erro primário de programação. Na ocasião um míssil Scud iraquiano durante a I Guerra do Golfo atingiu o alojamento do exército norte-americano próximo a Dharan, na Arábia Saudita, provocando as mortes e um número grande de feridos. Na teoria, uma bateria de mísseis Patriot próxima às instalações deveria evitar esse tipo de ataque, mas houve uma falha. Uma terrível falha de programação.

Uma parte interna dos sistemas do Patriot realizava cálculos com uma representação decimal do tempo. Outra parte utilizava uma representação binária. Era um problema que dependia do relógio interno dos mísseis e cuja diferença aumentava com o passar do tempo, mas que era facilmente corrigida a cada reboot. Em sua primeira situação de guerra, o erro apareceu: em estado de alerta, as baterias de mísseis nunca eram reiniciadas e a discrepância assumiu proporções trágicas.

Por 20 anos, a senha para o sistema de mísseis nucleares americano foi 00000000

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No auge da Guerra Fria, o Presidente norte-americano John F. Kennedy chegou a uma conclusão óbvia: os comandantes militares do país tinham poder demais em suas mãos e autonomia o suficiente para deflagrarem um holocausto nuclear sem autorização da Casa Branca. Para pulverizar a decisão, Kennedy estipulou que cada silo nuclear precisaria de uma senha de 8 dígitos para ser acionado.

Mas oficiais da Força Aérea não concordaram com a decisão do presidente e acataram a determinação de sua maneira: todos os silos teriam a mesma senha e ela seria 00000000. Para evitar dúvidas, a senha foi anotada em um pedaço de papel e colada do lado do painel de controle de cada unidade. Embora a Força Aérea oficialmente negue essa história, Bruce Blair, um dos oficiais encarregados por um destes silos nos anos 70, revelou a verdade décadas depois.

Toda a internet da Noruega foi desligada uma vez, por causa de um vírus

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Atualmente, isso é praticamente impossível, mas em 1988 aconteceu: um país inteiro foi desconectado da internet simplesmente porque o técnico responsável desplugou um cabo.

Pål Spilling é um pioneiro da computação norueguesa, trabalhou na ARPANET norte-americana e transformou o seu país em um dos pontos daquela coisa que estava nascendo chamada internet lá pelos idos de 1973.  Quinze anos depois de colocar a Noruega na grande rede mundial, tomou a decisão drástica de desfazer tudo, quando um vírus chamado Morris estava se propagando pela rede e derrubando computadores pelo mundo todo. Depois de um ataque aos Estados Unidos, amigos de Spilling telefonaram para ele para dar o alerta. Sem pensar duas vezes, o cientista soltou um cabo, tirou a Noruega da internet e literalmente salvou a pátria.

A Amazon poderia ter sido chamada de “Cadáver”

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Jeff Bezos apostou tudo que tinha na Amazon, aguentou anos de prejuízo, quase foi expulso da empresa pelos próprios acionistas, mas hoje transformou a loja virtual em um dos raros gigantes que surgiu no passado e continua de pé. Por muito pouco, você estaria fazendo compras na Cadabra hoje… esse era o nome que o executivo pensou, para uma loja onde você comprasse online e o produto aparecesse na sua porta, quase como mágica, como um “abracadabra”.

Mas ninguém entendeu e seus advogados viviam trocando o nome para “cadáver”, que tem um som muito similar no inglês. E se os advogados já estavam ouvindo errado, imagine os usuários… Na época, o Yahoo e seu diretório eram o caminho para que tudo fosse encontrado na web e Bezos viu isso: a melhor forma de aparecer antes na ordem alfabética era ter um nome que começasse com A. Bezos poderia ter escolhido “abracadabra”, mas bateu revolta e ficou com Amazon mesmo. Que não tem qualquer relação com o que a loja faz.

Seus dados podem ser corrompidos por partículas do espaço sideral

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Dispositivos eletrônicos semicondutores sempre foram propensos a pequenos erros, quando um bit específico de dados ou sinal está incorreto e muito engenheiro eletrônico perdeu noites sem sono procurando onde o defeito estava no sistema. Depois de décadas, após eliminar diversas causas possíveis, pesquisadores finalmente determinaram a origem de alguns destes erros: raios cósmicos.

Partículas de alta energia bombardeiam a Terra a todo minuto das profundezas do espaço sideral e, felizmente, são inofensivas em 99,99999% dos casos. Infelizmente, elas também tem uma tendência de trocar os bits do seu computador. Uma solução definitiva para esse problema seria manter seu equipamento em uma caverna subterrânea a vários quilômetros de profundidade. Outra solução é simplesmente reiniciar o sistema.

A Nintendo tem mais de um século de existência… e fabricava baralhos

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Quem vê o bigodudo encanador ou o bravo elfo Link e o sucesso que eles fazem no mercado de consoles raramente conhece o passado da Nintendo. De todos os fabricantes de consoles, a empresa japonesa é de longe a mais antiga, com idade para ser a bisavó de todas elas. Fundada em 1889, obviamente, naquela época a empresa não estava no mercado de jogos eletrônicos. Mas estava no mercado de jogos: por 67 anos produziu cartas de baralho e se tornou a maior fabricante do Oriente.

Até que em 1956, Hiroshi Yamauchi, neto do fundador da empresa, visitou os Estados Unidos, conheceu outras empresas realmente colossais e percebeu que o mercado de baralhos não era o destino da Nintendo. Após várias tentativas, em diversos ramos, inclusive táxis, “hotéis do amor”, alimentos, uma rede de TV e brinquedos, a empresa investiu em produtos eletrônicos e daí se tornou a gigante que conhecemos hoje.

Videofones existem desde os anos 70… mas nunca emplacaram

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Você acha que mensagens em vídeo no Facebook ou no seu smartphone são o ápice da evolução tecnológica e que sua avó ficaria espantada? Videochamadas existem desde os anos 70, mas nunca emplacaram como se imaginava. Em 1970, a AT&T já tinha no mercado o Picturephone e a expectativa era de que em breve haveria centenas de milhares de unidades disponíveis nos Estados Unidos. Cinco anos depois, o número podia ser contado em apenas centenas instalados em residências.

Infelizmente, faltava ao produto algo que a tecnologia moderna propiciou: economia. O serviço original custava US$160 ao mês. Corrigidos pela inflação, seriam US$947 dólares hoje, quase R$3.500 mensais no câmbio atual. E o que os assinantes conseguiam por essa fortuna? Trinta minutos de videochamada. No mês inteiro.

A primeira página da web ainda está funcionando 25 anos depois

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Em 6 de Agosto de 1991, Tim Berners-Le se tornou pai da web. Ele publicou um documento em seu servidor com a proposta do que ele imaginava ser a World Wide Web, ou “W3”, um nome que nunca pegou. Ele publicou o link na Usenet, um bisavô dos fóruns atuais e esperou o retorno de seus camaradas cientistas.

A World Wide Web decolou e se tornou aquilo que nós usamos diariamente. Mas aquela primeira página protótipo ainda está funcionando em seu endereço original, sem nenhuma alteração, no servidor instalado no laboratório de física de alta energia do CERN, na Suíça. Sem CSS, sem imagens, sem JavaScritpt ou Flash. Texto puro e HTML das antigas.

As páginas oficiais de alguns filmes da Warner ainda estão ativas também

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A página de Tim Berners-Lee não está sozinha na internet das páginas anciãs: a produtora de filmes Warner Bros aparentemente tinha uma tradição de criar sites para seus longa-metragens e nunca mais apagá-los! Pelo menos, essa é a explicação para os sites de Space Jam (1996), Mens@gem Pra Você (1998) e O Soldado do Futuro (1998) permanecerem ativos depois de tanto tempo, alguns em seus endereços originais, com domínio pago anualmente e tudo mais. Esses sites funcionam não apenas como um tributo a filmes com quase duas décadas de existência, mas também como um Túnel do Tempo para a forma como faziam páginas web naquela época, inclusive com fundos berrantes, frames e suporte a resoluções baixas.