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16 Falhas do Google Analytics e o Que Você Pode Fazer a Respeito

O Google Analytics é provavelmente a ferramenta gratuita de análise de tráfego mais poderosa e popular do momento.

O serviço consegue coletar dados combinando o poder do Javascript com cookies, para rastrear todo o tipo de informação sobre seus visitantes. Seu uso é simples: você não precisa instalar nada no servidor e eles não precisam ter acesso aos seus logs.

É brilhante, mas tem seus inconvenientes… Vamos ver agora 16 pontos onde a análise do Google Analytics é imprecisa e o que você pode fazer para tentar remediar o problema:

1. Dados Ocultos de Palavras-Chave

Aqui nesta falha, o Google Analytics não está contando toda a verdade. Desde Novembro de 2011, o Google parou de exibir alguns dados de palavras-chaves nos seus relatórios. Por quê?

Toda vez que você realiza uma pesquisa no Google usando o protocolo https:// (ao invés do tradicional https://, sem o “s” de “security”), o termo pesquisado não é compartilhado com o proprietário do site se você clica no link que aparece nos resultados da busca. A palavra-chave entra no sistema do Analytics como “(not provided)”.

not-provided

Consequentemente, os dados não são coletados de qualquer um que esteja usando o campo de busca dentro do Firefox, qualquer um usando a caixa universal do Chrome e qualquer um logado em qualquer produto do Google. O que é um bocado de gente. Segundo alguns especialistas, 39% dos resultados em palavras-chaves caem no (not provided).

Conserto: Não há conserto para este problema. Tente usar os relatórios do AdWords para visualizar esta informação com mais precisão.

2. Atraso

Tirando o recente, mas limitado, relatório de Tempo Real, os dados do Google Analytics tem um atraso de pelo menos 6 horas. O atraso na seção “Otimização de mecanismos de pesquisa” é ainda pior, frequentemente com informações de 48 horas atrás.

Solução: Seja paciente, não há o que fazer aqui.

3. Tráfego de Webmail

Se você enviar uma newsletter por email com um link para o seu site, o destinatário abrir e clicar de dentro do navegador, como um usuário do Gmail ou do Yahoo! Mail faria, o acesso é contabilizado como um Referral, embora a verdadeira origem do tráfego tenha sido a newsletter.

Solução: Utilize o Criador de URL para adicionar um código de rastreamento para campanhas para cada link em seu site em seus emails. Isto não apenas irá manter sua visão geral da origem livre de inconsistências como também permitirá que você identifique o comportamento deste tipo de visitante em seu site.

4. Tráfego do Seu Próprio Site: URL Completa vs. Links Relativos

Quando você cria um link de uma página para outra, você pode adicionar o endereço completo (www.site.com/pagina/index.html) ou apenas adicionar o endereço relativo (/pagina/index.html sem o www.site.com).

Acontece que esta decisão aparentemente banal afeta a precisão dos dados no seu tráfego de Referral. Links com a URL completa contam como tráfego de Referral para o Analytics, mesmo que a visita tenha vindo de outra página do seu site. Isto é ruim.

Solução: Links não deveriam incluir o endereço do domínio principal do site, apenas a página relativa.

5. Tráfego de Redes Sociais em Aplicativos

Um bocado de atividade social acontece dentro de aplicativos. Mas links em aplicativos nem sempre passam um valor de “referrer” para o navegador, então o Google Analytics os classifica dentro do grande balaio de gatos chamado Direct Traffic.

Essencialmente, o Google considera tráfego direto TUDO que não tenha uma origem visível, que não venha de um mecanismo de busca conhecido e nem de uma rede social conhecida.

Solução: Alguns aplicativos automaticamente encurtam links, adicionando um “referrer” ao redirecionar o usuário através de outro endereço. Aplicativos oficiais do Twitter enviam o tráfego através do endereço t.co, por exemplo. Estas práticas comuns ajudam o Analytics a categorizar melhor seu tráfego social. Mas nem todo usuário utiliza os ditos aplicativos oficiais… então, não há uma solução palpável para o problema.

6. Tráfego de Programas de Email

Temos aqui o mesmo problema do Webmail, uma vez que boa parte do tráfego daquela newsletter que você enviou será aberto em programas como o Outlook, principalmente em ambientes corporativos. Infelizmente, este tipo de programa não passa dados de “referrer” como navegadores fazem.

Solução: Adicione um código de rastreamento de campanha para seu marketing por email.

PDF7. Tráfego Que Começou Offline: Links em PDFs, Word Docs, Powerpoint, etc.

Visitantes oriundos de links de arquivos que não são uma página web são registrados no Google Anaytics como tráfego direto, a menos que eles tenham um código de rastreamento de campanha. Geralmente, arquivos PDF são a maior causa desta distorção.

Solução: Tire o conteúdo destes arquivos e os transforme em páginas web, então compartilhe a página, não o arquivo. Evite adicionar PDFs ao seu site. Não apenas o tráfego oriundo de PDFs é complicado de rastrear, como as visitas a este tipo de arquivo não aparecem jamais nas suas estatísticas do Analytics.

8. Tráfego Oriundo de um Código de Campanha Quebrado

A partir do momento em que o Analytics identifica um código de campanha, ele ignora o “referrer”. Mas, se o código de rastreamento está inválido, ele não volta a considerar o “referrer” e a visita segue sendo catalogada como tráfego direto.

Solução: Se você está inserindo o código de rastreamento manualmente, seja cuidadoso.

9. Tráfego de uma Página Interna Sem o Código do Analytics

Se existe uma página dentro do seu site que não possui o código javascript do Google Analytics instalado corretamente, o tráfego daquela página irá aparecer como tráfego direto. Este é mais um exemplo de como a classificação “direct” do Analytics é um apanhado geral de tudo que sobrou…

Solução: Existem ferramentas como o  Google Analytics Debugger ou o Screaming Frog que podem rastrear todo o seu site em busca de erros na implementação do código do Analytics.

10. Seu Próprio Tráfego!

Se você não tem filtros configurados corretamente, é possível que uma parte significativa do seu tráfego esteja vindo de você, do seu escritório ou do seu time. Mesmo que um pequeno número de funcionários defina seu site como página inicial do navegador, isto irá distorcer as estatísticas de tráfego direto a longo prazo.

Solução: Configure um filtro para que o endereço IP de sua rede seja removido das estatísticas. Para isso, é necessário que sua conexão com a internet aconteça através de um IP fixo e não dinâmico.

11. Baixa Taxa de Rejeição?

Se sua Taxa de Rejeição está bem abaixo da média do mercado, verifique se o código Javascript do Google Analytics não está duplicado no seu site. Se estiver, a ferramenta está contando cada visita duas vezes…

Taxa de Rejeição
Taxa de Rejeição baixa? Pode ser erro no seu código!

Isto significa que não apenas suas estatísticas de uma forma geral estão equivocadas como também sua Taxa de Rejeição está baixíssima, porque para uma visita contar como uma rejeição, o visitante tem que entrar em uma única página do seu site e sair.

Solução: Pare de se enganar e remova o código extra.

12. Tempo na Página? Ou Tempo na Aba?

A página carrega, você lê um pedaço, então troca para uma aba diferente, planejando terminar de ler mais tarde, na hora do almoço, talvez? Então, o Google Analytics não tem como saber que você não está mais engajado na página. Com a aba aberta, o sistema presume que você está na página, mesmo que você minimize o navegador inteiro ou levante da cadeira para tomar um café.

Na prática, o Google Analytics expira o tempo em página após 30 minutos, mas qualquer valor abaixo disso já é um sinal do quão confiável é o valor Duração Média do relatório.

Solução: Nenhuma. Este é um problema que é comum a todas as ferramentas de aferição de tráfego, incluindo o famoso IBOPE televisivo…

13. Análise de Página

Este relatório exibe qual é a porcentagem de visitantes que clicou em quais links e botões. Mas você pode ter reparado que as porcentagens geralmente somam mais do que 100%. Isto acontece por que há mais de uma forma de sair da página para o mesmo lugar.

O problema é que o Google Analytics sabe se um visitante saiu da página e foi para outra, mas não sabe de verdade em qual link/botão ele clicou. Então, a mesma porcentagem pode aparecer em mais de um lugar na página.

Solução: Você pode agora adicionar um código especial que irá melhorar a precisão da Análise de Página. É chamado de atribuição melhorada de link e irá oferecer uma visão melhor de qual link ou botão está funcionando bem na página.

14. Sem Cookies? Sem Dados

Diferente das ferramentas pesadas de estatísticas do passado que analisavam o log do seu servidor, o Google Analytics depende dos cookies na máquina do usuário para funcionar corretamente. Se o computador do visitante (ou seu Firewall) rejeitar cookies, então sua visita não será computada

Mais: toda a vez que um visitante anterior limpa os cookies da máquina, eles aparecem como um visitante novo na próxima vez em que aparecer em seu site. Para o Google, neste caso, tanto faz se ele é um velho frequentador ou alguém que acabou de descobrir a página.

Solução: Nenhuma.

15. Sem Javascript? Sem Dados

Agora que a histeria contra cookies esfriou, há um problema ainda maior para a coleta de dados do Analytics: nem todo mundo ativa o Javascript no navegador.

Dados atualizados sobre quem pratica este hábito são difíceis de obter, até por que a maioria das ferramentas de coleta confia no uso do Javascript. Mas, de acordo com o gráfico abaixo, baseado em uma pesquisa do Yahoo, este percentual pode variar entre míseros 0,26% aqui no Brasil para significativos 2% nos Estados Unidos:

Gráfico

Solução: Nenhuma.

16. Visitantes diferentes, Mesmo Dispositivo ou Dispositivos Diferentes, Mesmo Visitante

Se duas pessoas visitam o mesmo site pela primeira vez do mesmo computador, o Analytics contabiliza apenas um visitante único. Agora multiplique este erro para 100 pessoas visitando do mesmo computador em uma biblioteca pública, escola ou LAN House. Para o Analytics, continua sendo um visitante único só.

Em contrapartida, se uma determinada pessoa visita seu site de três lugares diferentes (um notebook, um desktop e um smartphone, por exemplo), o Analytics vai computar como três visitas únicas.

Solução: Nenhuma