Boa parte dos rumores estavam certos e a Apple fez uma apresentação bem próxima do que era esperado pelos consumidores e pelos jornalistas.
Mas, em duas horas de evento diretamente de San Francisco, a empresa também algumas surpresas, principalmente a participação de uma certa empresa japonesa gigante no mundo dos jogos…
Tim Cook, CEO da Apple, abriu a apresentação falando de números. Mais especificamente da App Store: a loja virtual de aplicativos e jogos já serviu mais de 140 bilhões de downloads desde sua criação e apresentou um crescimento de 103% nos últimos dois meses. O motivo? Pokémon Go. O jogo móvel criado pela Niantic Labs sob a tutela da Nintendo ultrapassou a marca de meio bilhão de downloads no mundo todo (incluindo Android). De acordo com Cook, a App Store é um lar para jogadores e Pokémon Go é um dentre 500 mil jogos disponíveis na loja da Apple.
Ainda sobre Pokémon Go, a febre pode ganhar um novo gás em breve: foi anunciada a chegada do jogo para o Apple Watch. A revelação foi feita pessoalmente por John Hanke, CEO da Niantic Labs.
Mas a grande surpresa da tarde também estava relacionada com a Nintendo… a produtora japonesa, que durante tantos anos foi avessa ao formato, anunciou uma parceria com a Apple e o lançamento do primeiro jogo oficial do Mario para plataformas móveis. Super Mario Run é um jogo ao estilo de Temple Run, onde o personagem principal corre sozinho e o jogador contorna obstáculos e coleta itens pelo caminho, desta vez com o charme do icônico encanador e o mundo mágico de suas outras aventuras. Confira como ficou:
Outra novidade inesperada da Apple, mas desta vez focada no público corporativo, foi a revelação do iWorks, uma plataforma colaborativa de edição de documentos online. A abordagem é similar à do Google Documents e permite a alteração e compartilhamento de arquivos em tempo real através de diferentes aplicativos: Pages, Numbers e Keynote.
O Apple Watch Series 2 também foi anunciado durante a conferência. O novo modelo é completamente à prova d’água até 50 metros de profundidade, trará novas pulseiras, terá um processador dual-core com performance 50% superior ao modelo tradicional e estará disponível nas lojas a partir do dia 16 desse mês. Além disso, o novo smartwatch virá equipado com GPS interno e novo sistema WatchOS 3.
iPhone 7
É claro que o grande anúncio do evento era mesmo o iPhone 7. Visualmente, ele é muito similar ao modelo anterior, mas sua superfície é muito mais polida e vem disponível na cor negra também. Ou, como a Apple prefere chamar, “Jet Black”. O botão Home, como indicavam os rumores, realmente sumiu do aparelho e foi substituído por uma superfície similar aos trackpads da Apple.
O iPhone 7 também é à prova d’água, mas não com o mesmo nível de vedação do novo Apple Watch, e obteve uma classificação de segurança IP67, adequada para uma eventual queda sobre líquidos, mas não para mergulhar ou tomar banho ou chuva forte.
Em termos de câmeras, o iPhone 7 apresenta uma lente de abertura de 1.8 polegadas e um sensor de 12 megapixels que é 60% mais rápido que seu antecessor. Além disso, o aparelho traz um flash quad-LED com 50% a mais de saída de luz. A câmera frontal também evoluiu em relação ao iPhone 6s, saindo de 5 megapixels para 7 megapixels. Para quem leva fotografia muito a sério, o iPhone 7 Plus traz duas câmeras traseiras de 12 megapixels. A combinação permite fotos de ângulo aberto e um nível de zoom sem precedentes nos smartphones da empresa.
Os rumores mais insistentes se provaram verdadeiros: se você tem um headphone tradicional pode dar adeus a ele. O novo iPhone matou mesmo a entrada convencional de 3.5mm de fones de ouvido. Mas a Apple não migrou para uma solução 100% sem fio, como os analistas esperavam. A solução provisória encontrada para o iPhone 7 é uma conexão através da porta Lightning do dispositivo. Quem comprar o novo smartphone terá um fone de ouvido compatível na caixa, assim como um adaptador para 3.5mm.
Mas a Apple também anunciou o AirPods, um par de fones sem fio dotados de infravermelho que se ligam automaticamente quando plugados no ouvido. Uma vez sincronizados com o dispositivo, um processo que só precisa ser realizado uma vez, eles podem receber áudio e interagir com Siri, com uma autonomia de bateria de 5 horas de execução de música sem parar. O AirPods será vendido separadamente.
Para quem deseja performance e eficiência, o iPhone 7 promete: o processador A10 tem quatro núcleos, onde dois são de alta performance (com cada um deles 40% mais rápidos que o antigo A9) associados a dois núcleos de alta eficiência (que rodam consumindo um quinto da energia, para economizar bateria).
A Apple garante que a forma como o processador trabalha e como o uso de CPU dos aplicativos é gerenciada para cada núcleo irão aumentar significativamente a duração da bateria do aparelho. De uma forma geral, o iPhone 7 consome apenas 2/3 da energia utilizada pelo iPhone 6 realizando as mesmas tarefas. Isso significa que o usuário comum deverá 2 horas a mais de energia disponível em suas atividades diárias, enquanto o iPhone 7 Plus apresentará uma sobrevida de uma hora a mais de bateria que o iPhone 6 Plus.
Outra novidade que na verdade era muito aguardada pelos usuários é o fim dos 16GB de armazenamento. A opção mais barata do iPhone 7 irá começar em 32GB de espaço disponível internamente. As demais versões virão com 128GB e 256GB.
O iPhone 7 irá iniciar sua pré-venda nessa sexta-feira e chegará às lojas nos países onde será lançado inicialmente já no dia 16 de Setembro. Não há, novamente, qualquer previsão para um lançamento no Brasil ou uma tabela de preços em reais. Lá fora, o iPhone 7 básico com 32GB será vendido por US$649, enquanto o iPhone 7 Plus com o mesmo armazenamento custará US$769.