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Diretor do FBI promete que não está interessado em quebrar a segurança de todos os iPhones

O diretor do FBI James Comey participou de uma mesa redonda com a imprensa onde expôs sua posição sobre o impasse entre a agência governamental e a Apple na questão da encriptação de um iPhone apreendido.

Para Comey, a Apple precisa atender à solicitação: “nós não podemos olhar os sobreviventes nos olhos, ou nós mesmos no espelho, se não seguirmos por esse caminho”.

Comey se refere ao atentado terrorista em San Bernardino, na Califórnia, no ano passado, quando 14 pessoas foram assassinadas a tiros e 24 foram feridas por um casal de atiradores muçulmanos supostamente ligados a grupos extremistas. O FBI conseguiu acesso ao iPhone de um dos terroristas, mas o smartphone está bloqueado por senha e seu conteúdo criptografado. Se qualquer investigador errar a senha 10 vezes, todo o conteúdo do dispositivo será apagado permanentemente.

Segundo o diretor do FBI, o pedido para que a Apple fabrique uma “porta dos fundos” para este iPhone em específico não significa a criação de uma “chave-mestra” capaz de violar todos os iPhones existentes. “Isso não é sobre estabelecer um precedente ou enviar qualquer tipo de mensagem. É a respeito de vítimas e justiça. Catorze pessoas foram massacradas e muitas mais tiveram suas vidas e corpos arruinados. Nós devemos a eles uma profunda e profissional investigação sob a lei”.

Embora parte dos dados armazenados no iPhone tenham sido recuperados da nuvem com a ajuda da Apple, parte das informações não foram sincronizadas e permanecem guardadas fisicamente no smartphone. “Talvez esse telefone guarde pistas para encontrar mais terroristas. Talvez não”, explicou Comey. E conclamou: “nós simplesmente queremos a chance, com um mandado de busca, de tentar adivinhar a senha do terrorista sem que o telefone essencialmente se auto-destrua e sem precisar de uma década para adivinhar corretamente. É só isso”.

Ao final da entrevista, James Comey também solicitou um debate com o povo americano sobre “como adotar ao mesmo tempo a tecnologia que nós amamos e conseguir a segurança que precisamos”.