O Facebook anunciou nessa quarta-feira que está preparando uma ferramenta de transparência que permitirá que os próprios usuários consultem para saber se foram afetados diretamente pela campanha de manipulação russa na plataforma.
Através do recurso, os usuários das redes sociais da empresa poderão conferir se seguiram ou curtiram conteúdo produzido no Facebook ou no Instagram identificado como associado com operativos russos, entre Janeiro de 2015 e Agosto de 2017.
“É importante que as pessoas compreendam como atores estrangeiros tentaram semear divisão e desconfiança usando o Facebook antes e depois das eleições de 2016 nos EUA”, explica a empresa no comunicado oficial. “É por isso que estamos construindo a ferramenta que estamos anunciando hoje”, completa.
Ainda não há uma data prevista para o lançamento, mas o sistema estará disponível através da Central de Ajuda do Facebook até o final do ano. Não se sabe ainda se o recurso será exclusivo para usuários norte-americanos ou se será uma ferramenta global.
Segundo um levantamento realizado pelo próprio Facebook, a Internet Research Agency, entidade fictícia controlada pelo governo russo, teria sido responsável por uma vasta quantidade das páginas e anúncios publicados nas rede sociais. O objetivo primário era fomentar a divisão social nos Estados Unidos, estimulando opiniões polêmicas em todos os espectros políticos, sejam liberais ou conservadores.
Sabe-se que pelo menos 10 milhões de norte-americanos foram alcançados por anúncios vinculados à Internet Research Agency e 97 milhões de usuários do Facebook no país tiveram algum tipo de interação com conteúdo produzido por operativos russos. O Instagram, também controlado pelo Facebook, hospedou cerca de 120 mil postagens também identificadas como pertencentes à mesma campanha de manipulação.
