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Fundador da Wikipedia também quer o perdão para Edward Snowden

O fundador da Wikipedia Jimmy Wales é mais um dos nomes que se junta à campanha global que pede ao governo dos Estados Unidos o perdão a Edward Snowden.

Wales escreveu um longo editorial no site da CNN, intitulado “Edward Snowden é um santo, não um pecador”, onde defende as ações do delator que revelou os esquemas de espionagem e monitoramento da NSA.

O fundador da Wikipedia lembrou os motivos que o levaram a criar em 2001 a maior fonte mundial de informação gratuita, o espírito igualitário do livre intercâmbio de ideias e conhecimento, sem a intervenção de governos e empresas. Desde os seus princípios, o serviço foi construído com base na privacidade de seus editores e usuários e Wales disse que ele e seus parceiros no projeto ficaram “horrorizados” com a extensão da estrutura de espionagem montada pelo governo norte-americano e suas agências de segurança.

“É graças a Snowden que nós podemos agora participar de um debate informado e democrático sobre como o governo dos Estados Unidos subverteu o poder da internet em nome de vigilância em massa. Como resultado do que foi divulgado, as pessoas começaram a perceber que sua privacidade vem sendo maciçamente erodida ao longo da última década, e não apenas pela NSA”, escreveu Wales.

Para o filantropo, a denúncia realizada por Edward Snowden está diretamente relacionada à rápida adoção do protocolo HTTPS para proteger o tráfego da web, assim como à implementação de encriptação em dispositivos móveis e aplicativos de mensagens. A resposta da Apple ao FBI na crise do iPhone também seria fruto desse momento que se iniciou com a delação realizada pelo ex-funcionário da NSA.

“Um bravo jovem informante americano nos deu a mais importante ferramenta em nossa luta para retomar a internet: conhecimento. Snowden agiu por amor pela internet e sua promessa de ser um espaço aberto para colaboração, compartilhamento e experimentação. Eu gostaria de pensar que se eu estivesse em seu lugar eu teria feito a mesma coisa. Por seu ato de consciência, ele merece nossa esmagadora apreciação”, concluiu Jimmy Wales.