A preocupação de pais e professores com a utilização da linguagem utilizada na internet, feita de forma rápida e informal, pode ser desnecessária, de acordo com uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá.
Os pesquisadores Sali Tagliamonte e Derek Denis afirmam que a linguagem online carregada de gírias – conhecidas no Brasil como “miguxês” – permite aos jovens desenvolverem uma mistura importante de linguagem formal e coloquial, o que representa um “novo e expansivo renascimento linguístico”.
Ao contrário de destruir a habilidade de se comunicar, a linguagem empregada em redes de comunicação online mostrariam aos adolescentes o que eles podem fazer com seu idioma.
“Mensagem instantânea é um discurso interativo entre amigos que é conduzido por linguagem informal, mas ao mesmo tempo é uma interação escrita que tende a ser mais formal que a fala”, explicou Denis à revista NewScientist.
Para a realização da pesquisa foram analisados mais de um milhão de palavras utilizadas em mensagens instantâneas e cerca de 250 mil palavras faladas por 72 pessoas com idade entre 15 e 20 anos. Com esses dados, os pesquisadores descobriram que mesmo com o uso do mesmo padrão, a gramática e vocabulário escrito eram relativamente conservadores, trazendo uma forma híbrida de comunicação.
As abreviações e deturpações de palavras são pesadamente criticadas pelos gramáticos mais tradicionais e até mesmo pelos próprios internautas. Muitas vezes as críticas dão lugar à zombaria. Um exemplo é o site MiGuXeiToR, no qual pode-se escrever um texto em português formal para que seja “traduzido” para a nova linguagem da internet.
Embora muito criticadas, as abreviações marcaram pequena presença na pesquisa: apenas 2,4% do vocabulário total utilizado em conversações online, uma “proporção ínfima”, de acordo com os pesquisadores, sendo adotado principalmente pelos usuários mais jovens.
O estudo será divulgado na publicação American Speech.
Com informações de Yahoo!.