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Morre Paul Baran, um dos pioneiros da internet


Morreu na noite de sábado, aos 84 anos, Paul Baran, engenheiro que ajudou a criar os fundamentos técnicos para a Arpanet, a precursora da internet de hoje. Ele morreu na sua casa em Palo Alto, na Califórnia, por complicações de um câncer de pulmão, informou no domingo o jornal The New York Times.

No início da década de 1960, enquanto trabalhava para a empresa RAND, na Califórnia, Baran sublinhou a importância de agregar dados em “pacotes”. Esses “pacotes” seriam depois enviados por diferentes “caminhos” através de uma rede e reconstituídos, pedaço a pedaço, quando chegassem ao seu destino. Semelhante processo é conhecido por packet switching.

De acordo com o jornal americano, o objetivo de Baran era criar uma rede de comunicações mais distribuída, que fosse menos vulnerável a ataques. Numa série de documentos técnicos publicados em 1960 Baran sugeriu que as redes deveriam ser construídas de forma a que se determinado “caminho” fosse destruído, as mensagens conseguissem chegar ao destinatário por outra via.

Quando, em meados da década de 1960, Baran abordou a operadora de redes telefónicas AT&T com esta ideia, a empresa disse que a sua teoria não funcionaria e recusou-se a investir no plano. Vinton Cerf, vice-presidente do Google, disse ao The New York Times que Baran – de quem foi colega e grande amigo – era alguém que não tinha medo de ir na direção contrária àquela que todos pensavam ser a melhor ou a única.

Em 1969, a Defense Department’s Advanced Research Projects Agency criou a Arpanet, uma rede que usou as ideias de Baran e de outros que, na mesma altura, pensavam em redes de transmissão de informação menos vulneráveis a ataques. A Arpanet veio a ser substituída pela internet, mas o processo de packet switching continua a estar no cerne do processo de transferência de dados.

Com informações de Terra.