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ONU decide a favor de Julian Assange

Uma comissão especial da ONU dedicada a avaliar casos de prisão arbitrária e política ao redor do mundo julgou que o fundador do Wikileaks Julian Assange está sendo detido ilegalmente e merece ser compensado pelas autoridades.

A decisão era esperada desde ontem, quando Assange anunciou que se a decisão fosse desfavorável, ele iria sair da Embaixada do Equador em Londres, onde se encontra refugiado, e se entregar à polícia britânica.

Com o parecer favorável da ONU, o Reino Unido e a Suécia passam a se encontrar em uma saia justa diplomática. Segundo o documento da comissão das Nações Unidas, os dois países são obrigados a garantir a Assange “segurança e integridade física, para facilitar o exercício de seu direito de liberdade ir e vir de uma forma conveniente”, além compensar o australiano pelos quase 2 mil dias de exílio na embaixada equatoriana.

Entretanto, autoridades suecas e britânicas já afirmaram que não acatarão à decisão da ONU. O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, classificou o parecer de “francamente ridículo” e avisou que seu governo irá rejeitá-lo. A polícia inglesa continua com ordens para prender Julian Assange no momento em que ele sair do terreno diplomaticamente imune da Embaixada do Equador.

Em um coletiva de imprensa, o fundador do Wikileaks considerou o momento como uma “vitória realmente significativa que trouxe um sorriso para o meu rosto”. E instigou as autoridades a aceitar o parecer da ONU: “houve uma decisão final. Não tem como apelar da decisão da ONU. A ilegalidade da minha detenção é agora uma questão de caso encerrado”.

Julian Assange é acusado de assédio sexual e estupro na Suécia, mas sustenta que a investigação tem fins políticos e teme que se for levado para a Suécia acabará sendo extraditado para os Estados Unidos para ser julgado pelo crime de espionagem devido a suas atividades no Wikileaks. A entidade é responsável por inúmeros vazamentos de documentos confidenciais do sistema de monitoramento da NSA.