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Operadora europeia passará a bloquear anúncios a nível de conexão

Uma das maiores operadoras de telefonia móvel da Europa vai radicalizar e bloquear anúncios antes que eles cheguem aos aparelhos de seus usuários.

Estratégia ainda não tem data para ser implementada, mas a operadora Three pretende dar essa opção para seus clientes na Inglaterra e na Itália.

A operadora justifica sua decisão ao focar em três objetivos: prevenir o usuário de pagar a franquia de dados por propaganda, evitar que o usuário seja rastreado por redes de anunciantes e garantir que ele receba apenas anúncios relevantes. Para atingir essa meta, a Three está utilizando a tecnologia israelense de bloqueio de anúncios Shine e negociando com anunciantes para supostamente melhorar a qualidade da publicidade que chega aos dispositivos móveis.

A ideia é oferecer aos usuários “mais controle, escolha e maior transparência sobre o que é recebido”. Entretanto, ao contrário de outras soluções de bloqueio de publicidade, a Three não pretende oferecer uma lista de sites que os internautas possam optar por visualizar a publicidade: ou o cliente escolhe ver todos os anúncios de todos os endereços ou a operadora escolhe quais anúncios serão exibidos em quais páginas.

A desenvolvedora israelense Shine comemorou a decisão da Three e aposta que a operadora é apenas o início da utilização maciça da tecnologia no território europeu. Segundo a empresa, outras operadoras já demonstraram interesse em adotar o mecanismo de filtro.

Nas Américas, a Digicel, operadora caribenha, já utiliza a tecnologia da Shine e no momento está em conversação com gigantes da tecnologia como Google e Facebook para dividir o faturamento publicitário na região. O panorama que começa a se firmar já acendeu uma luz vermelha entre os defensores da neutralidade da rede, uma vez que todo o tráfego deveria ser tratado de forma igual e que a aliança entre as empresas impediria o crescimento ou o surgimento de pequenos produtores de conteúdo.

Para o Internet Advertising Bureau (IAB), entidade que regula o funcionamento da publicidade online, é preocupante o surgimento de bloqueio de anúncios a nível de conexão. Em um comunicado, a IAB argumenta que “uma Internet custeada pela publicidade é essencial e oferecer recursos para publicadores de forma que eles possam continuar a criar seu conteúdo, serviços e aplicações de forma ampla com um custo baixo ou nenhum”.