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Presidente do Uber renuncia ao cargo

Jeff Jones, presidente do Uber desde Outubro do ano passado, renunciou ao cargo nesse Domingo, disparando contra a empresa.

O executivo que veio de uma carreira bem-sucedida da Target e foi convidado pessoalmente pelo CEO do Uber, Travis Kalanick, para assumir a presidência, sai depois de apenas seis meses na posição.

“Eu me juntei ao Uber por causa de sua missão e do desafio de construir capacidades globais que ajudariam a empresa a amadurecer e florescer a longo prazo”, publicou Jones em seu comunicado de despedida para a imprensa. “Está claro agora, entretanto, que as crenças e a abordagem em relação à liderança que guiaram minha carreira são inconsistentes com o que eu vi e experimentei no Uber e eu não posso mais continuar como presidente do negócio de corridas compartilhadas”, acrescentou, alfinetando o estado atual em que se encontra o Uber.

O comunicado dirigido à imprensa pegou Kalanick de surpresa, que não foi informado previamente da decisão. Mas o CEO do Uber agiu rapidamente e enviou um memorando por email para todos os funcionários onde informa que a saída de Jones pode ter sido influenciada pela decisão da empresa em contratar um COO para reforçar o time de executivos. Kalanick, que admitiu recentemente ter problemas de temperamento, anunciou na semana passada que precisava de ajuda para tocar o Uber e um COO estaria sendo procurado.

“Depois de termos anunciado nossa intenção de contratar um COO, Jeff chegou à decisão difícil de que não vê seu futuro no Uber. É desafortunado que isso tenha sido anunciado através da imprensa mas eu achei que seria importante enviar a todos vocês esse email antes de oferecer comentários publicamente”, escreveu Kalanick.

Jeff Jones era o número dois na hierarquia do Uber, ficando atrás apenas do próprio Kalanick. Apesar das insinuações que um futuro COO poderia empurrar Jones para a terceira posição, fontes próximas ao assunto garantem que foi o momento turbulento atravessado pela empresa que teria motivado a saída do presidente do seu cargo. Campanhas como o #DeleteUber, as acusações graves de sexismo e assédio sexual de funcionárias, assim como as próprias explosões de humor de Kalanick teriam assustado Jones, um executivo avesso a conflitos.