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Proteste também entra na briga contra o compartilhamento de dados do WhatsApp

Depois do Idec, o Proteste é outra entidade que luta pelos direitos dos consumidores que não está nada satisfeita com o compartilhamento de dados entre o WhatsApp e o Facebook.

A associação enviou um pedido de explicações à sede regional do Facebook em São Paulo, questionando a validade da integração entre as duas plataformas e o que foi comunicado aos consumidores.

Para Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, “apesar do WhatsApp e o Facebook dizerem que as conversas no aplicativo são criptografadas, não está claro se as conversas estão sendo compartilhadas com terceiros. Do jeito que está, qualquer dado enviado ou recebido pode ser usado pelo WhatsApp”. Ela defende também que a forma como aconteceu a mudança nos termos de uso não foi transparente para os usuários: “os consumidores estão confusos, não sabem direito o que fazer”.

A Proteste irá aguardar durante dez dias por uma resposta satisfatória do Facebook, antes de procurar uma solução na Justiça para a controvérsia. Em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, Dolci não descartou a possibilidade de a entidade adotar medidas legais pelo o que seria uma “violação do Marco Civil da Internet”.

Ela também citou incidentes recentes em que o WhatsApp se negou a colaborar com autoridades policiais brasileiras em investigações. “A dúvida é: se o argumento do WhatsApp para não atender aos pedidos da Justiça sobre informações trocadas pelo aplicativo era a inacessibilidade por estarem criptografados, agora compartilhará quais dados?”, questionou a coordenadora.

As reclamações do Proteste e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor ecoam uma preocupação similar existente em outros países. Na Alemanha, por exemplo, o governo local determinou que a integração entre Facebook e WhatsApp fosse proibida. No caso alemão, a empresa norte-americana está apelando da decisão e alega que não viola nenhuma lei em vigor no país ou na União Europeia.