Quem estava presente na tarde de ontem em um dos saguões do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, testemunhou cenas de barbárie: taxistas depredaram completamente um quiosque do Uber.
O grupo armado com porretes quebrou dois televisores, duas geladeiras, três veículos ligados ao aplicativo, agrediu um motorista que prestava o serviço e hostilizou passageiros.
A manifestação começou como um protesto de taxistas contra a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que renovou a autorização do Uber de funcionar na cidade, mesmo após a aprovação de uma nova lei proibindo o aplicativo. O grupo foi acompanhado por três policiais militares durante a passeata, mas a situação fugiu do controle e se transformou com atos de vandalismo. Os policiais tentaram deter o quebra-quebra com spray de pimenta, mas tiveram que acionar o Batalhão de Choque para reprimir o ataque.
No início do protesto, os funcionários do Uber tentaram fechar o quiosque para evitar uma confusão, mas a medida preventiva não funcionou. Durante parte da tarde, o Uber tomou a decisão de suspender o sinal do aplicativo nas imediações do aeroporto para evitar novas agressões.
Pelo menos 20 usuários que aguardavam motoristas foram ofendidos pelo grupo de taxistas. Somente ao final da tarde a situação foi normalizada, com passageiros sendo atendidos em um estacionamento em um anexo do aeroporto.
Em nota oficial, o Uber repudiou o atentado: “acreditamos que qualquer conflito deve ser administrado pelo debate de ideias entre todas as partes. Todo cidadão tem o direito de escolher como quer se movimentar pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente”. A empresa também prometeu que “tomará as providências cabíveis” contra os agressores.